Segurança para os torcedores
A questão abordada por este texto é uma reflexão sobre um assunto que tomou destaque pelo tamanho do evento e pela forma que ocorreu.
Outros eventos da mesma ordem ocorreram e acabaram esvaziando-se nos limites de nossa fronteiras municipal e estadual sem que qualquer providência fossem adotadas pelas autoridades constituídas.
O fato melhor recordado é o evento ocorrido em um Coritiba e Atlético no Alto da Glória, quando o então presidente, Giovani Gionédis, ex-secretário de Estado e candidato à Prefeitura Municipal de Curitiba, determinou um anel inferior na Mauá à torcida de Atlético, permitindo o acesso aos torcedores do coritiba no anel superior.
Desse evento era previsível que houvesse ocorrências danosas, e não deu outra, dentre os fatos, um tijolo foi arremessado e atingiu um torcedor atleticano que estava no anel inferior.
Ora, quem arremessa um tijolo de uma altura de 5 metros e um aglomerado de pessoas é de se esperar que atinja alguém… também é de se esperar que essa pessoa eventualmente possa morrer com o impacto.
Bem, se estes são os fatos esperados, estamos diante daquilo que se denomina homicídio com dolo eventual na forma tentada, tendo por autor imediato a pessoa que arremessou o objeto e por autor mediato quem permitiu que isso ocorresse.
Aí nós já encontramos a omissão das autoridades constituídas: foi instaurado inquérito policial? O Ministério Público abriu inquérito civil para apurar os fatos? a Polícia Militar cumpriu o que prometeu de filmar e identificar vândalos?
A resposta é NÃO! Nada disso foi providênciado.
Bem, se há uma relação de compadrio que permitiu que panos quentes fossem colocados sobre os fatos… não posso dizer… mas que restou a impunidade… disso eu tenho certeza.
Outros fatos ocorreram depois disso: vandalismos em pontos diversos da cidade, sempre depois de clássicos.
E dedos não cansavam de apontar: era uma guerra de torcidas!
Não… nunca foi… sempre foi uma ação isolada por indivíduos que se escodem no anonimato da multidão para agir de forma impune e dar vazão a problemas pessoais de ordem diversa.
Na cena do jogo Atlético e Coritiba onde houveram trocas de bombas entre as duas torcidas, novamente os atores estavam em cena. Um grupo delimitado de torcedores denominados DE FRONTEIRA, quem nunca se preocuparam em assistir aos jogos, mas de única e exclusivamente ficar se provocando com outra torcida.
Acabaram provocando cenas que tiraram mandos de campos dos dois times, o que acabou fazendo falta no final do campeonato.
Novamente: foi identificado alguém? Alguma providência pelas autoridades constituídas do estado do paraná foi adotada? Os seguranças contratados para atuar na Arena agiram para deter os transgressores? As câmaras da Arena registraram alguma coisa, permitindo a identificação dos vândalos?
Novamente a mesma resposta: NÃO.
Em um atletiba no Alto da Glória, novamente cenas de provocação se repetiram, quem não se recorda do extintor sendo aberto contra a torcida do Atlético? Troca de bombas?
E tudo passando em branco: ‘Curitiba, a Suiça brasileira’.
E o torcedor atleticano atropelado e morto?
A coisa acabou assumindo uma feição horrenda e descontrolada e, para o bem de todos, é necessária a tomada de providências drásticas.
O que se viu no Alto da Glória no último domingo foi seguranças correndo para fugir de suas responsabilidades; policiais militares que heroicamente tentaram conter os baderneiros para salvar um companheiro, mas visivelmente fora de peso e despreparados.
Desta forma é evidente concluir que faz-se necessário investir em segurança, antes de investir em patrimônio e jogadores, pois apesar de parecer jargão ainda o maior patrimônio de um clube é O TORCEDOR.
Assim, para não permitir a impunidade é preciso investir em sistemas de segurança e controle de multidão; contratar empresas que efetivamente possuam pessoal treinado e habilitado para tratar com as multidões; investir em nossas polícias pagando salários decentes e criando programas de treinamento que possibilitem a aptidão física e mental para o exercício do cargo.
De nossos administradores é necessário agir ao invés de falar, pois permitir diferimento fiscal e depois alegar que não possuem dinheiro para investir em segurança é crime de responsabilidade.
De nossa justiça que esqueçam da embriaguez do poder e atuem em favor da população que lhes concedeu esse poder pela nossa carta constitucional.
VIOLÊNCIA… chega de discursos, é hora de ação firme e concreta.