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12 dez 2009 - 10h11

Furacão sobe no ranking da CBF

Em relação a 2009, quando estávamos em 19º lugar, logo atrás do Bahia, ganhamos uma posição e hoje somos o 18º. Melhor, diminuímos a diferença para a Portuguesa que era de 59 pontos e hoje é de apenas 26.

Confira a lista dos 20 primeiros colocados no ranking da CBF:

1º Grêmio – 2.092
2º Corinthians – 2.079
3º Flamengo – 2.039
4º Vasco – 2.031
5º São Paulo – 1.997
6º Atlético-MG – 1.979
7º Palmeiras – 1.956
8º Internacional – 1.942
9º Cruzeiro – 1.891
10º Santos – 1.746
11º Fluminense – 1.658
12º Botafogo – 1.615
13º Goiás – 1.478
14º Coritiba – 1.473
15º Guarani – 1.470
16º Sport – 1.463
17º Portuguesa – 1.366
18º Atlético-PR – 1.320
19º Bahia – 1.318
20º Vitória – 1.291

Em 2009 começamos em 19º com 1270 pontos e, mesmo tendo um ano ruim, somamos 50 pontos. Se capricharmos em 2010, poderemos ficar entre os 15 melhores.

Em 2003, a CBF propôs a criação de um novo ranking histórico do futebol brasileiro, partindo dos seguintes pressupostos:

– Considerar apenas as competições nacionais organizadas pela própria CBF;
– Dar pontos para todos os clubes que participam das competições de cada ano;
– Dar mais pontos para as equipes melhor colocadas nas competições mais importantes.

A partir daí, criou-se uma ‘convenção de pontos’ que funciona da seguinte maneira:

Campeonato Brasileiro

A cada ano, são conferidos 60 pontos ao Campeão Brasileiro e, de forma aritmética, pontuações cada vez menores para os demais competidores: 59 para o vice-campeão, 58 para o 3º lugar, etc., até o 20º lugar, que recebe 41 pontos; a partir do 21º lugar, há um ‘degrau’, e todos os clubes recebem os mesmos 4 pontos, independentemente do número de competidores no Campeonato daquele ano.

Séries B e C

O mesmo vale para a Série B: o 1º lugar recebe 40 pontos, o 2º lugar recebe 39 pontos, etc, até o 20º lugar, que faz jus a 21 pontos; a partir do 21º lugar, apenas 2 pontos.

Na Série C, o 1º lugar faz 20 pontos, o 2º faz 19 pontos, etc, e do 20º lugar em diante todos os clubes fazem 1 ponto.

Copa do Brasil

Ao mesmo tempo, a Copa do Brasil dá 30 pontos ao seu vencedor e pontuações cada vez menores aos demais concorrentes, porém de forma geométrica: 20 pontos para o 2º lugar, 10 pontos para os semifinalistas, 5 para os que chegam às quartas de finais, 3 para os eliminados nas oitavas, 2 para os clubes da segunda fase e 1 para os da primeira fase.

Exceções

1. Além da inconsistência na pontuação entre campeonato e copa, a CBF não inclui a pontuação da Copa João Havelange de 2000. Isso porque apesar de reconhecer a legimitidade desse campeonato, considera que para efeitos estatísticos o campeonato não pode ser usado no ranking, pois não o organizou; e, essencialmente, o ranking CBF só tem o objetivo de determinar os participantes da Copa do Brasil do ano seguinte (o que explica que muitos assumem erradamente o ranking ao pé da letra).

2. Do mesmo modo, no caso da Copa União de 1987, a CBF atribuiu o 3º e 4º lugar aos campeões do módulo amarelo (apesar de terem dado WO), mas não se sabe como foi estabelecida a classificação final dos 20 participantes dos dois módulos. Por indução, estima-se que, de maneira inconsistente, a CBF realmente considerou o módulo verde como uma segunda divisão para efeitos puramente estatísticos.

3. Finalmente, o critério histórico de classificação final do Campeonato Brasileiro desde 1971 é passível de crítica devido a uma interpretação errônea do regulamento da CBF por ela própria. Com efeito, em partidas de mata-mata, frequentemente o critério de desempate era o restrospecto na competição. Esse critério foi estendido à classificação final mesmo sem qualquer menção específica no regulamento, entre equipes que não puderam se defrontar. Assim sendo, uma equipe podia entrar em oitavas-de-final e perder uma semifinal ou teoricamente até uma final e se classificar abaixo da 9ª colocação.

4. Times eliminados na mesma fase de mata-mata foram igualmente classificados em função do retrospecto (por exemplo em oitavas-de finais), fugindo do padrão internacional (vide Copa do Mundo) de atribuir a mesma (por ex. a 5ª, no caso) colocação a todos, já que não puderam se enfrentar.

4. A classificação entre grupos também foge do padrão internacional, onde somente a classificação relativa é utilizada, e raramente o critério de desempate absoluto para efeitos de classificação é utilizado (como caso dos 4 melhores terceiros colocados nas Copas com 24 times). Assim, clubes que tinham menos pontos mas várias posições a mais no seu grupo devido a um equilíbrio acabaram ficando pior classificados.

Erros lógicos

Uma análise mais aprofundada desta ‘convenção de pontos’ mostra que o ranking da CBF possui dois erros lógicos que o impedem de cumprir seus pressupostos:

1. A diferença na contagem de pontos (aritmética num caso e geométrica no outro) faz com que o o título da Copa do Brasil tenha, na prática, um valor muito maior que o título do Campeonato Brasileiro;

2. O ‘degrau do 21º lugar’, arbitrariamente aplicado a campeonatos que tiveram números de competidores muito desiguais, desequilibra toda a pontuação, em alguns casos chegando a ‘premiar’ o rebaixamento.

A questão da diferença de contagem entre as duas competições se explica da seguinte forma: num ranking deste tipo, em que todos os clubes participantes são pontuados todo ano, o que importa não é o número absoluto conferido ao vencedor do título, mas a vantagem que ele obtém sobre os seus adversários por tê-lo conquistado.

O Campeão Brasileiro do ano ganha 60 pontos, mas o vice-campeão ganha 59 – portanto, o Campeão tem apenas 1 ponto de vantagem sobre o adversário mais próximo; na Copa do Brasil, em que a pontuação é geométrica, o campeão obtém 30 pontos, mas o vice fica com apenas 20 – 10 pontos a menos que o vencedor. É fácil concluir: na prática, o ranking da CBF dá 10 vezes mais vantagem para quem ganhar a Copa do Brasil do que para o Campeão Brasileiro do ano.

Por exemplo: se um time A ganhasse 9 vezes seguidas o Campeonato e no décimo ano fosse vice da Copa, enquanto o time B ficasse de vice no Campeonato por 9 vezes e depois vencesse a Copa, a pontuação da década seria a seguinte:

Time A: 9 x 60 = 540; + 20 = 560 pontos
Time B: 9 x 59 = 531; + 30 = 561 pontos
Ou seja: com essa forma de pontuação, é melhor ganhar 1 vez a Copa do que ganhar 9 vezes o Campeonato.

Outro exemplo: se um time A ganhasse o Campeonato Brasileiro e fosse vice da Copa, enquanto o time B ficasse em 10º no Campeonato Brasileiro, e depois vencesse a Copa, a pontuação seria a seguinte:

Time A: 60 + 20 = 80 pontos (1º na competição mais importante e 2º na de menor importância)
Time B: 51 + 30 = 81 pontos (10º na competição mais importante e 1º na de menor importância)
Ou seja: com essa forma de pontuação, é melhor ganhar a Copa do que ir bem no Campeonato.

Consequências
Estes erros lógicos já provocaram vários tipos de distorções na contagem de pontos. Seguem-se alguns exemplos:

1º exemplo
Em 1993, o Palmeiras foi campeão brasileiro e chegou às quartas de final da Copa do Brasil – fez 65 pontos.

No mesmo ano, o Cruzeiro venceu a Copa do Brasil e foi apenas 15º no Brasileiro – fez 76 pontos.

2º exemplo
Entre 1991 e 1992, o Grêmio foi 19º lugar na série A e 9º lugar na Série B, voltando à divisão principal graças a uma ‘virada de mesa’.

Entre 2004 e 2005, o Grêmio foi 24º e novamente caiu, voltando à série A no ano seguinte, mas desta vez com méritos, como 1º lugar da Série B.

Em função do ‘degrau do 21º’, o Grêmio fez 74 pontos no biênio 1991-92, e apenas 44 pontos em 2004-05.

3º exemplo
O Internacional foi Bicampeão Brasileiro em 1975 -76 mas, em 1977, acabou no 25º lugar. (O Campeonato de 77 teve 62 clubes e o aproveitamento do Inter naquele certame foi de 61,5% – superior, por exemplo, ao do terceiro colocado em 2005.)

Neste mesmo período de 3 anos, o Vasco teve colocações abaixo da média do Inter: 20º lugar em 1975, 12º em 1976 e de novo 12º em 1977, sem nunca baixar do 20º lugar.

Resultado: entre 1975-77, o Inter fez 124 pontos e o Vasco, 139.

Ou seja: num período de 3 anos, o clube que foi bicampeão teve, no ranking da CBF, 15 pontos a menos do que um clube que não passou do 12º lugar.

4º exemplo
Outra seqüência, esta mais recente: o Corinthians foi bicampeão brasileiro em 1998-99, mas ficou apenas em 28º lugar em 2000 (num campeonato disputado por 116 clubes). No mesmo período, o Botafogo foi 14º, 14º e 20º no campeonato.

Como nunca baixou do 20º lugar, o Botafogo recebeu, por sua performance destes 3 anos, um total de 135 pontos. O Corinthians, bicampeão no período, teve apenas 124 pontos.

Na verdade esse exemplo teórico não aconteceu pois o 2000 não foi computado no ranking da CBF, poupando assim ao Corinthians uma perda relativa de mais de 40 pontos que o levaria do 2º ao 5º lugar de uma só vez.

5º exemplo
Em 1991o São Paulo foi campeão brasileiro e não disputou a Copa do Brasil, fazendo 60 pontos, o máximo que poderia ter feito naquele ano; o Grêmio foi vice da Copa e 19º no brasileiro. Apesar de rebaixado, fez ao todo 62 pontos.

Ou seja: o Campeão Brasileiro teve menos pontos que um time rebaixado no mesmo ano, apenas porque este foi vice-campeão da Copa.

6º exemplo
Em 2006, Internacional e São Paulo foram, em ordem alternada, campeão e vice das duas mais importantes competições da América do Sul. Mesmo assim, quem fez mais pontos no Ranking da CBF, novamente, foram o campeão e o vice da Copa do Brasil, no caso, Flamengo e Vasco, respectivamente 11º e 6º colocado no Campeonato Brasileiro.

Internacional e São Paulo, além de Corinthians, Palmeiras, Goiás e Paulista, foram impedidos de participar da Copa do Brasil por estarem disputando a Libertadores, que não conta pontos para a CBF.

As 10 maiores pontuações do Ranking da CBF em 2006:

1º) Flamengo, 80 pontos;
2º) Vasco, 75 pontos;
3º) Santos, 62 pontos;
4º) São Paulo e Grêmio, 60 pontos;
6º) Internacional, 59 pontos;
7º) Paraná, Cruzeiro e Fluminense, 56 pontos;
10º) Figueirense, 54 pontos.

7º exemplo

Entre 2006 e 2008, o São Paulo foi tri-campeão brasileiro. Como esteve sempre disputando a Libertadores, não pôde participar da Copa do Brasil nestes três anos. Fez, portanto, o número máximo de pontos que poderia fazer: 180 pontos em 3 anos. Mas o São Paulo foi apenas o quarto clube no ranking da CBF no mesmo período.

O Flamengo (vencedor da Copa do Brasil 2006) fez 194 pontos nestes 3 anos, em que foi 11º, 3º e 5º colocado no Campeonato Brasileiro. Entre 2006 e 2008, o Flamengo fez 14 pontos a mais que o São Paulo.

O Fluminense (vencedor da Copa 2007 e semifinalista em 2006) fez 190 pontos, mesmo tendo ficado em 15º, 4º e 14º nos Campeonatos Brasileiros do período. Fez, portanto, 10 pontos a mais que o São Paulo.

E o Vasco (vice da Copa 2006 e semifinalista em 2008) fez 181 pontos. Apesar de ter ficado em 6º, 10º e 18º (e rebaixado) no Campeonato Brasileiro, fez 1 ponto a mais que o tri-campeão.



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