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12 jan 2010 - 19h35

Profetas do Apocalipse (ou do Calypso?)

Sou torcedor do Atlético desde que me conheço por gente. Treinava futsal no ginásio que existia na frente da velha Baixada de guerra. Daquela época só restou o lendário dono da banca de revistas na frente da Arena. Aquele das medeixas brancas até a metade das costas.

Quando o Rubro-Negro começou a engrenar, em 1995, já estava acostumado a ir nos jogos sozinho, pois era o único atleticano de casa. Em 1996 fui morar em Fortaleza, mais de 3.000 quilômetros de distância, e lá estava eu com aquela camisa que tinha estapada na barriga a marca ‘Konduz’. Lembram?

Pois é, os anos passaram, ganhamos o Brasileirão, disputamos e fizemos bonito na Libertadores, montamos times memoráveis com jogadores de qualidade. Até que chegou o ano de 2006…

Desde 2006 os elencos que tiveram a honra de vestir nossa camisa não estavam à altura da história bonita que contei nos primeiros parágrafos. O desse ano também não está, apesar de achar, do fundo do meu coração infartado de tanto sofrer, que o grupo desse ano é o melhor desde 2005.

Infelizmente, muitos de nós acham que é mole fazer futebol. Pessoal, se administrar qualquer negócio é um grande desafio hoje em dia, quem dirá levar adiante um projeto vencedor com o atual e inflacionado mercado da bola.

Lembram do final dos anos 90? Salários de 300, 400 mil reais? O Vasco tá até hoje pagando dívidas trabalhistas daquela época. E o time da colina é só um exemplo. Pois bem, no início dos anos 2000 o mercado desinflacionou, os salários ficaram mais racionais e o que ocorreu? Os chamados clubes médios, mas com uma boa estrutura, tiveram a chance de ganhar campeonatos de expressão. O São Caetano foi duas vezes vice-brasileiro, uma vez vice da Libertadores. O Atlético foi campeão nacional em 2001, vice em 2004, vice da Libertadores. O Once Caldas foi campeão da Libertadores. O Porto foi campeão da Liga dos Campeões da Europa.

Agora, o momento é de inflação novamente. Qualquer ‘brucutu quebrador de bola’ tá ganhando 100 mil por mês. No Vasco, em 1998, o Odvan ganhava cerca de 150 mil reais! Vai ver quanto tá ganhando o Ronaldo Angelin no Flamengo hoje. Ou o Danilo no Palmeiras. Ambos ‘pernas-de-paus’ milionários. De quem é a culpa? De ninguém, o mercado é assim mesmo, sobe e desce, céu e inferno. O Corínthians é o clube mais interessante nessa análise e talvez seja o melhor exemplo na atualidade. Criatividade, publicidade, torcida comprando o projeto e grandes jogadores. Salários pagos por terceiros, não pelo clube. É sabido que o Ronaldo ganha 80% da cota de publicidade em alguams partes da camisa corinthiana. O Roberto Carlos vai encher o bolso com a venda de seus bonequinhos, e por aí vai…

Nosso clube, guardada as devidas proporções de cotas televisas e de patrocínio, tem que se armar para quando o mercado da bola se desinflacionar novamente. Manter-se na divisão de elite é fundamental para que isso ocorra.

Não se iludam. A única maneira de voltarmos a disputar a Libertadores é ganhando a enfraquecida Copa do Brasil (nossos rivais serão Palmeiras, Galo, Grêmio, Santos, Vasco, Fluminense, Botafogo e Goiás). No Brasileirão, vamos continuar disputando posições intermediárias.

Portanto, aos Profetas do Apocalipse, que ficam gralhando que precisamos contratar a qualquer custo, ofereço a leitura desse texto e um copo de suco de maracujá. Achem soluções, analisem o mercado e, depois de pensar em todas as variáveis, reclamem com fundamento.

Time base com o elenco atual e no sistema 3-5-2: Neto (passa mais segurança nas bolas alçadas na área); Manoel (zagueiraço), Vanegas (lembro dele no Medellin, é muito bom na bola alta) e Rhodolfo (se não inventar, não compromete pois é melhor que o Danilo); Raul (mais maduro, pode render), Valencia (cão de guarda), Alan Bahia (marcando, saindo pro jogo e focado no futebol, se é que vocês me entendem), Paulo Baier (falar o quê?? Craque de bola) e Márcio Azevedo (com a cabeça no Atlético); Marcinho (cresceu com a chegada do Baier) e Alex Mineiro (em forma e sem lesão alguma é um grande atacante pois ninguém desaprende). Bons reservas como Wallyson, Serna, Alex Sandro, Renan ‘Foguinho’, Kaio (olho nele), Gerônimo (olho nele 2) e Bruno Costa podem pressionar os titulares além de dar boas opções ao delegado.

Que 2010 seja um ano sem ilusões, pois quanto maior um sonho sem fundamento (centenário, ‘green hell’, paraíba, museu, jantar com show, viagem de trem…) maior a queda.

Sonhemos passo a passo.



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