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24 jan 2010 - 17h16

Você não vale nada, mas eu gosto de você! (8 a 0, e agora?)

Depois da goleada de ontem, parece que as coisas podem mudar. Mas pode que não mudem também. Estamos muito felizes hoje. É tão chato ter que falar sobre os defeitos do time do coração, que até mesmo o que mais fica com raiva (quando as coisas não dão certo), na hora da goleada, fica positivamente apreensivo. Mas vamos então lembrar do que anda acontecendo nos últimos anos.

Nos anos anteriores o que se viu foi um discurso dos nossos diretores baseado em cima de resultados ou acontecimentos concretizados no fraco (mas bota fraco nisso) Campeonato Paranaense. O que se viu na Copa do Brasil e especialmente no Campeonato Brasileiro? Choro, raiva e lástima. Sem contar o medo da queda!

Não dá mais. Temos que mudar o discurso. Não dá pra se iludir, achando que times como o Serrano são parâmetro comparativo para as competições que estão por vir. Tampouco podemos fechar os olhos para apresentações como a do Rhodolfo ontem. Como sempre, perdeu na velocidade e na capacidade de se recuperar nos lances (pouquíssimos lances) criados pelo fraco time adversário.

Até mesmo o esforçado e raçudo Manoel andou dando uma de Rhodolfo ontem, metendo uns chutões para frente, perdendo umas bolas bobas (tomara que a ruindade não seja contagiosa). Mas vamos destacar alguns aspectos que chamara atenção, negativos e positivos. Com a ida do Galatto para fora do país, parece que o Neto está começando a esquecer que não se sai nas bolas cruzadas na área. Começa a tirar boas bolas como jamais havíamos visto na era do seu antecessor. Força piá, tu tem futuro, torcemos por você!

Na zaga, “oremos” para o delegado enxergar que o Rodolfo não é o que se fala muito menos o que parece. Sinceramente, ele devia ir fazer dupla com o Alessandro Lopes no PEQUENO “paranazinho”. Chico não é zagueiro, mesmo rendendo mais na posição que não é a dele. Marcão, do alto da sua idade e baixa velocidade, teria se encaixado ali na esquerda caso o Goiás não o tivesse levado. Seria experiência e um pouco de malandragem para uma zaga que vive de chutões e passes errados. Falta um bom zagueiro na esquerda. Bruno Costa talvez, mas só talvez seja esse zagueiro (não está pronto). Vamos aguardar que o colombiano entre no lugar do Rodolfo.

De volantes estamos bem. O Alan e o Valencia parecem que vão dar conta do recado. Isso sem contar o Claiton que, voltando, vai esquentar a briga por ali. Isso se o delega não der a ele um papel diferente, como costuma fazer. Foguinho espero que não seja relacionado nem pro banco, Fransérgio, também não. Vamos dar rodagem pros dois garotos longe daqui.

Na lateral esquerda o Azevedo é o nome certo e parece confiável. Começou a temporada muito bem, especialmente em relação aos outros (física e tecnicamente). Falta um reserva pra ele. Ouvi ontem durante a transmissão do jogo que estaria pra vir um garoto contratado que jogou a Copa SP. Tomara que não dê certo. Pelo amor de Deus. Precisamos de um lateral que já tenha feito alguma coisa. Estamos com elenco recheado de garotos.

Na direita não temos ninguém! Raul vai me desculpar, mas, quando o Grêmio quis (se é que é verdade), deveria ter ido por empréstimo. Não vejo como um garoto com a idade dele não consegue correr e dar dois três piques sem parar. Não marca, não cruza, não dá! O que estava na Geórgia devia ter ficado lá. Precisamos contratar.

Na meiuca, Netinho continua não sendo o cara. Pode apoiar, pode rezar, mas, mais do que o que fez ontem não dá pra tirar dele. E quando começarmos a enfrentar adversários de verdade? Como vamos ficar com a criação dependente desse cara? Não dá! Precisamos de um outro Marcinho, alguém que tenha a qualidade no mínimo, do que se foi embora em busca de “petrodinheiros”.

No ataque o tal Bruno Mineiro me chamou atenção. Tomara que dê certo mesmo, pois sua vontade e até disposição em fazer tabelas e receber a bola é muito visível e admirável num time em que não se via isso a tempo. Marcelo e Patrik para compor o banco, o futuro craque Wallyson podia ir jogar em outro lugar enquanto não chega lá. É lastimável vê-lo jogar. Deve ser o companheiro de quarto do Raul, só pode!

Amigos, esse time não vale nada, mas eu gosto muito dele. Ontem o comentarista e o narrador da transmissão, fracos como todos da RPC, falaram sobre um apoio ao Netinho que foi dado pela torcida. Falam dos jogadores como se fossem seres isolados. Trata-se os sujeitos que ali estão, como se fossem sujeitos isolados. O sucesso do netinho é bom pro Atlético. Não, o Atlético é uma instituição maior que todos que ali estão e eles precisam estar conscientes disso.

Não se pode se falar em recuperar e ajudar jogador que não esteja comprometido com o Atlético como instituição. Recuperar jogador, nesses moldes, é dar a ele a chance de sair na próxima temporada com o bolso mais cheio. Precisamos botar na cabeça deles que precisa haver respeito e o mínimo de comprometimento com o time, com o todo, com a massa, com os apaixonados, com os que pagam a conta do time, com os que estão ali do lado de fora indo embora roucos para casa. O Atlético é o que é por nossa causa!

Um belo dia, anos atrás, quando ainda moleque o Atlético perdeu um Atletiba ainda na época do Pinheirão (morava uma quadra dali). Cheguei em casa bravo e joguei a camisa dentro da casinha da minha cachorra (Panki). Meu pai sabiamente me falou para ir buscar a camisa e largou uma que jamais esquecerei: “nenhum time perde sempre ou ganha sempre”. Anos mais tarde estávamos lado a lado no jogo contra o São Caetano na Arena, lembrando e dando risada desse dia, chorando de alegria, vendo aquele time ser Campeão Brasileiro.

Tenho um caso de amor e ódio com o Atlético, onde sempre vence o amor, onde sempre a torcida fala mais alto, seja quem for que estiver em campo. Mas judiar do nosso coração é muito descaso e muita irresponsabilidade dos diretores. Você não vale nada mais eu gosto de você. Espero poder falar, mais adiante, que o time vale alguma coisa. Pedirei desculpas aos diretores, mas, como torcedor fiel, continuarei apoiando nossa instituição CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE.



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