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11 fev 2010 - 21h23

Questão de prioridade

Não importa o ramo de sua vida, se quer resultados, tem que traçar metas, planejar, priorizar o que julga mais importante para o momento ou para obter o êxito no resultado final. O Atlético Paranaense falou aos quatro ventos que para 2010 tinha um planejamento, desde dispensas, contratações, manutenção de comissão técnica, pré-temporada; disse também que sua meta, seu objetivo principal, sua prioridade é levantar o caneco da Copa do Brasil deste ano, ganhando o direito de participar da Taça Libertadores 2011, torneio do qual não participamos desde 2005, quando fomos vice-campeões.

Se a objetivo é ganhar a Copa do Brasil, a direção deveria buscar reforços para suprir as necessidades de um time competitivo, tendo como critério principal justamente as posições mais carentes da última temporada, também questão de prioridade. O clube de fato reforçou algumas posições deficientes, como o ataque, que foi inoperante no ano que passou, mas todo atleticano sabe que o time ainda precisa de contratações. Não temos um lateral-direita, tampouco um bom meia armador. Dirão que a lesão de Baier não estava prevista, e obviamente nenhum torcedor esperava por isso, mas aconteceu e é a prova de que o planejamento falhou em algum momento. O fato de um jogador ser reserva, seja onde for e salvo raras exceções, já é prova de que é inferior ao titular. Poucos clubes conseguem manter no elenco dois jogadores para cada posição que tenham tanta qualidade para brigar em pé de igualdade pela titularidade e supram a ausência um do outro quando do desfalque.

Fato é que Netinho é muito, mas muito inferior a Paulo Baier. É até covardia comparar as qualidades dos dois armadores, e aí começam os problemas do Furacão. A “Baierdependência” existe e ou a diretoria é muito cega a ponto de não perceber que Netinho não dá conta do recado, ou constatou o problema e os cofres andam vazios pelos lados da Petit Carneiro. Já a lateral direita é um problema não só para o Rubro-Negro, mas também para a maior parte dos clubes. Há poucos jogadores bons para a posição no mercado, e os melhores já estão empregados em clubes dos grandes centros, o que não quer dizer que ainda não existam boas oportunidades não tão custosas assim “esquecidas” por esse enorme Brasil; quem procura, acha, Bruno Mineiro está aí como prova. Existe a opção de buscar jogadores brasileiros que permaneceram por um bom tempo no exterior, ou os que foram recentemente e não se adaptaram, mas as oportunidades se restringem a cada dia.

Mais uma vez, em algum momento, o planejamento falhou. Para o meio-campo acredito que a diretoria tenha mesmo ciência da carência, já que por um bom tempo tentou trazer o habilidoso meia Elias, do xará goiano; já a lateral direita parece ser ignorada pelos mandatários. Confiam tanto assim nos dois guris, Raul e Gerônimo? Em 2009 a posição já era visivelmente carente. O lateral Nei obteve muito mais destaque atuando como líbero do que como lateral, onde tinha desempenho apenas mediano, raramente participando de jogadas ofensivas. Wesley, que fazia muito bem a função, acredito que o clube fez tudo que estava ao seu alcance para manter no elenco, em vão. Estranho ao ler os noticiários e ver os diretores falando que buscam um lateral esquerdo. É até importante ter um reserva de qualidade para substituir, quando necessário, o Márcio Azevedo, mas será mesmo que é nossa prioridade? Quero crer que a diretoria está buscando também um lateral direito e um meio campo. Está em tempo de corrigir os equívocos e entrar no caminho do paraíso vislumbrado para 2010: Clube Atlético Paranaense, campeão da Copa do Brasil.



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