[Promoção 86 anos do Atlético] Mais paixão do que razão
Sou castrense, do Areião, da Prainha, do Morro da Cruz, do Caramuru, mas sempre fui atleticano, até onde minha velha memória alcança. Já naqueles idos de 1950, ficava revoltado com os meus amigos que torciam pelos times cariocas e paulistas. Lá, das margens do Iapó, solitário, acompanhava, com muita dificuldade, a bela história do Furacão. Depois, percorri esses Brasis, dos pampas gaúchos ao lavrado de Roraima, sempre sintonizado nas coisas rubro-negras. Finalmente, fixei residência em Curitiba, não por acaso, à rua Nunes Machado, bem próximo da Baixada. Um câncer de próstata levou-me a pensar que o fim estava próximo. Mas incorporando o espírito do nosso hino reagi com raça, e, sem temor, pude ver o Furacão ser campeão do Brasil e varrer as Américas. Hoje, depois de ter vencido essa dura peleja, espero participar ainda da conquista da Libertadores e do Mundial; por que não? Basta que voltemos a pensar grande no Atlético (futebol-empresa), mas mais futebol do que empresa, mais audácia do que prudência, mais paixão do que razão.