[Promoção 86 anos do Atlético] O grito
A primeira lembrança que tenho do Atlético é do meu pai correndo pela casa com o rádio nas mãos gritando feito louco, e a mãe dizendo: “Vai assustar as crianças!” Confesso que me assustava.
Começo dos anos 80, o Furacão com um time maravilhoso que bateu até o time do Zico, campeão do mundo. Fui uniformizadinho pra velha Baixada, tinha saído catequese, só passei em casa e saímos, sentadinho na arquibancada um senhor de agasalho do atlético pediu ao meu pai se eu poderia entrar de mãos dadas com o esquadrão do Furacão. Meu pai respondeu que sim, se fosse minha vontade. Tremendo eu fui.
Nunca esquecerei daqueles gigantes que nos fizeram felizes por tanto tempo, tremulando nossa bandeira e de mãos dadas subimos ao gramado, chorando agradeci ao meu pai mentalmente por ter me ensinado a paixão rubro-negra, com os olhos marejados o observando na arquibancada.
No título máximo na história, o Campeonato Brasileiro de 2001, ao final da partida, olhei pro céu e agradeci com os mesmos olhos cheios d’água de outrora ao meu pai desta vez por ter ajudado lá de cima o Atlético ser o melhor time do país.
Meu pai faleceu no dia do aniversário do Atlético, no ano que a estrela Rubro-Negra brilhou.