[Promoção 86 anos do Atlético] Titãs
Li os textos dos leitores que aqui escreveram, são textos lindíssimos, muitos de encher os olhos, assim fico até um pouco inibido de escrever alguma coisa, pensei em escrever algumas passagens que vivi como nosso Atlético.
A primeira laranjada que levei quando fui desfilar uma nossa bandeira em frente à torcida do Coritiba na reta do relógio em Vila Capanema, nesta época (1968) as torcidas não se agrediam, mas acho que passei um pouco da conta.
Quando assisti um jogo no Germano Kruger contra a Pontagrossence, em cima de uma cerca de madeira e agarrado a um eucalipto, quando desci, cai, não podia andar, meu pé estava amortecido, pior, perdi o ônibus da volta, mas ganhamos o jogo 2×1, foi o que importou.
Quando fomos campeões em Paranaguá, após 12 anos de espera e peguei o microfone do jovem repórter Augusto Mafuz dentro do campo e mandei um abraço ao jogador Miltinho que tinha sido um dos grandes jogadores daquela conquista e estava hospitalizado com uma doença grave, foi o campeonato do Tostão contra o Milhão, grande presidente Passerino Moura.
Mas hoje não levo mais minha bandeira e minhas camisas não me servem mais. Não tenho mais tanta força para gritar os hinos de guerra, meus aplausos são mais moderados. Só o que não consigo controlar é o coração, sempre querendo sair pela boca quando o time entra em campo, só espero não morrer em campo um dia, mas se assim for… Mas espero viver e ver muito ainda do nosso Atlético e, lá na frente, talvez eu até possa dizer, eu deveria ter amado mais, chorado mais, até errado mais, mas nunca de não ter morrido de amor pelo Atlético.