25 mar 2010 - 1h17

Niehues: “A torcida precisa ter paciência”

Depois de ver sua equipe largar com vitória na segunda fase do Campeonato Paranaense, ao derrotar o Corinthians-PR por 4 a 1, em casa, o técnico Leandro Niehues fez uma análise sobre a partida e mostrou-se preocupado com os momentos onde a equipe foi pressionada pelo adversário. Na opinião do treinador, o time pecou ao errar muitos passes, mas acabou saindo vitoriosa da Arena da Baixada.

Niehues também falou sobre a impaciência de parte da torcida, que criticou a substituição de Tartá no lugar do argentino Javier Toledo, no segundo tempo. “Sabemos das nossas falhas, a torcida é passional e está no direito dela, mas é preciso ter paciência”, afirmou o comandante, que ainda saiu em defesa dos volantes Alan Bahia e Valencia, além do meia Netinho.

Acompanhe abaixo todos os comentários do técnico atleticano:

O JOGO
“Achei que nosso segundo tempo não foi tão bom assim, talvez porque fomos mais objetivos em termos matado o jogo. Houve um momento onde a equipe se perdeu em campo e naquele momento o placar estava 2 a 0 e, a partir do nosso terceiro gol, eles não tinham nada a perder e se lançaram para cima. É uma equipe de qualidade, que joga junto há dois anos e tem bom toque de bola. Mas a gente se perdeu nesse momento de pressão, num momento ruim. Eu tenho consciência disso, de que por um momento fomos envolvidos, mas pela proposta de sair no contra-ataque para matar o jogo acabamos sendo felizes”.

TARTÁ
“A entrada do Tartá foi pelo fato de que o placar já estava 2 a 0, eles estavam se lançando à frente e ele é um jogador velocista. A ideia era roubar a bola no contra-ataque. O que prejudicou foi que começamos a errar muitos passes e ali perdemos o controle do jogo. Mas no futebol precisamos contar com o mérito da equipe adversária, não estávamos jogando contra ninguém. Sabemos das nossas falhas e a torcida precisa ter paciência. Vamos tentar corrigir mais na palavra e na conversa do que nos treinamentos. Não podemos nos omitir que em um momento da partida nós ficamos atrás no jogo”.

TORCIDA E COBRANÇAS
“O time ganhando de 3 a 0 ou 4 a 1, um treinador tentar fazer uma substituição que não tem nada de invenção, eu não acho natural a torcida ter a reação que teve. A gente está ali no campo e você está ligado na tua equipe e no adversário, e não vou mentir que às vezes você escuta algumas coisas. Tinha uma parte da torcida que estava vaiando o Alan Bahia o tempo todo. Mesmo ele não estando nas melhores noites, ele dispensa comentários e não precisa provar nada. Uma parte vaiava, xingava, a outra apupava… se você ficar escutando você fica louco. Então eu tenho que ter consciência, mas quanto a provar, não penso em provar que posso ser o treinador do Atlético. Sou funcionário, fui chamado numa eventualidade para assumir o time, nada demais. O que pode ter causado uma celeuma maior foi a maneira como aconteceu essa transição. Segundo conversa com a diretoria estou aqui até o final do Paranaense e tenho que pensar somente no trabalho, em fazer essa equipe assimilar. Não fizemos o melhor jogo do mundo, achei que domingo jogamos melhor, embora o Neto não tenha feito nenhuma defesa e disseram que fomos mal. Hoje digo que fizemos um primeiro tempo bom, explorando as jogadas pelas laterais e pelo meio, mas o gol demorou um pouco para sair. Mas a torcida é passional e está no direito dela”.

MEIO
“Essa é uma situação onde a gente tem duas opções. É aquela história que sempre vai gera uma dúvida. Até então eu vi muita gente falar que o time da maneira que vinha jogando com o Valencia e Netinho era muito leve, que o Valencia estava se desgastando demais. O Netinho entendeu o posicionamento, sabe fazer a saída e essa volta. Vocês viram no domingo ele dando carrinho e jogando com qualidade na saída de bola. E hoje o time estava defensivo porque estávamos com dois volantes. Vamos conversar entre a gente e decidir, mas sempre pensando no que é melhor para aquela partida. Eles não precisam provar nada pra ninguém e eu vou escolher da maneira que eu achar melhor para determinado jogo”.

PAULO BAIER
“Eu penso que é uma situação que a gente não precisa comentar, se o time depende dele ou não. Temos que analisar a equipe como um conjunto. Aqui no Atlético até mesmo o Paulo Baier é cobrado, ele ficou 45, 50 dias afastado e quanto voltou muita gente criticou-o. Não só o Paulo, mas todos que estão aqui, não consigo detectar o porquê, mas não existe direito ao erro, fazer uma partida mais ou menos. Todo dia temos que estar provando que temos condições. Eu posso fazer uma análise do Paulo no sentido de que ele é um craque, e isso é inegável. Então jogando da forma como está, ele já jogou o tempo todo domingo e hoje ele matou o jogo ali”.

MÉTODO DE TRABALHO
“Sou uma pessoa simples, que poderia ter assumido essa equipe, chamado os atletas e dizer, me ajudem, preciso do apoio de vocês, mas é uma maneira minha de pensar, que precisamos ter personalidade. São coisas que sempre fiz nos juniores do Atlético e no Corinthians-PR. Fazê-los entenderem que mesmo com cobrança e pressão, jogar futebol é a coisa mais maravilhosa do mundo e eu agradeço a Deus todos os dias por estar nesse meio. Eles precisam aproveitar cada momento, eu vejo meninos novos querendo espaço, e também jogadores como o Paulo Baier, que já está um pouco mais próximo do final da carreira, mas está se divertindo jogando futebol querendo, se dedicando. Esse jogo, 22h, estamos desde cedo trancados, mas tudo é feito com prazer. É preciso que eles joguem com alegria e isso eu também falo de carteirinha, desde a época do PSTC: jogar no Atlético demanda algo mais do que simplesmente jogar futebol”.



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