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25 mar 2010 - 12h46

Promessas e eleições

Votei na chapa do Malucelli. A despeito de toda a conversa sobre a democracia e a liberdade de expressão, tenho certeza que parte dos leitores, hoje, gostaria de me queimar em óleo quente pela minha escolha.

Para tentar justificar, explico: a chapa Malucelli – Geara representava a situação, e a situação era Petraglia e mais alguéns, assim como nosso time hoje é Paulo Baier e mais dez. Isso significa que concordava com tudo que Mário Celso fazia e fez, principalmente nos últimos anos? Absolutamente. Tinha e tenho enormes críticas aos encaminhamentos dados ao Atlético por Mário Celso, mas achava que sua enorme capacidade não poderia ser desprezada pela diretoria que assumisse meu Furacão. Assim, votei na continuidade contando com o final do isolamento de MCP e com o incremento daquilo que, reconhecidamente, deu certo desde 1995.

Para minha surpresa, houve um “rompimento”. As cenas folhetinescas da separação Malucelli-Petraglia não merecem ser relembradas, afinal já existem novelas suficientes na TV para descarregarmos nossas angústias com mocinhos e bandidos. O fato é que a diretoria que assumiu, e na qual votei, notabiliza-se mais pelo que não fez do que pelo que realizou. Aos fatos.

A Copa na Arena? Há meses assisto à conversa de que o CAP não pode arcar com o ônus de 100 milhões de adequação ao caderno da Fifa e, até agora… nada. É incrível que um dirigente não remunerado tenha tanto tempo para conceder coletivas e não apresente nenhum indício de solução para a conclusão da Arena, seja com Copa ou não. “Não podemos arcar com o ônus… o projeto da Copa é de Curitiba, não do Atlético… não faremos loucura…”. A essa altura e pela falta de definição, tudo soa como desculpa esfarrapada.

O investimento em chuteiras, eixo central da campanha, não merece maiores comentários. Ao contrário dos dirigentes, não subestimo a inteligência da torcida rubro-negra quanto à qualidade do elenco. Já aplaudimos Pirata e Buião e não será o Netinho que afastará a maior do Paraná de sua paixão, mas ninguém é otário a ponto de acreditar que temos um time de primeira divisão.

Resumindo, temos isso: uma chapa de continuidade que rompeu, uma gestão voltada ao futebol que insiste numa estratégia que não dá resultados e uma simpatia por microfones que faz duvidar da falta de tempo para gerenciar o clube. Já que temos que agüentar a atual diretoria até a próxima eleição (e a democracia, com todos os seus defeitos, é isso), que nosso presidente pare de inflar a imprensa, profissionalize a gestão do clube e pare de pensar que sócios e torcedores são otários. Podemos mostrar que isso não é verdade na próxima eleição.



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