[Promoção 86 anos do Atlético] Vou ser Atlético na vida
Aprendi na escola que amar é verbo, paixão, adjetivo, tudo definido pela ordem gramatical do dia-a-dia. Nas idas da vida, sei que há muito tempo, amor e paixão, são companheiros e estão estampadas na camisa atleticana. Aliás, grata coincidência, Atlético Paranaense também tem nas iniciais as letras A e P, as mesmas aprendidas na escola, para conjugar e atribuir conceitos sutis.
Parafraseando Drummond: quando cheguei ao mundo, meu pai me disse: vai, Bruno! ser atleticano para toda a vida. Pequenino, vestindo uma jogadeira do timaço de 83, ao lado da minha saudosa bisavó, eu deixava meus esguios e brancos braços serem ocupado pelo tecido rubro-negro. Aliás, o amor pelo Atlético foi passado pelo meu velho pai, que sempre buscou argumentos para não deixar o time ser desqualificado nos adjetivos dos certames, mesmo sabendo que o futebol tem seus momentos de extrema sofreguidão. Assim, cresci menino, vendo e vivendo o Atlético, ostentando a aura de ser atleticano, e identificando-se com o tema de uma das bandeiras, levada ao antiquado Pinheirão Atlético além da morte. Isso é meu lema, não importando o que esteja do outro lado, o Atlético será sempre coração, memória e existência.
Hoje a escola não é mais apenas o lugar onde aprende, sim, no qual o menino aqui ensina. Semanalmente vejo milhares de alunos com seus sorrisos e dilemas, muitos cortejando as rodadas, outros com a velha e autêntica graça, meu time é melhor que o teu. Mas, como o futebol é uma paixão desmedida, não existe nada melhor que mostrar para todos, ser atleticano é acreditar que diferenças, estas tão inerentes à minha pessoa. Esquerda de nascença, sempre tive o coração mais perto das descidas do Carlinhos Sabiá, e inclusive senti uma amargura adulta, naquele coração infantil, ao ver as lágrimas do ponta ao perder o pênalti contra o extinto Pinheiros. Vai ver que por ser canhoto, sempre preferi os gols marcados no gol de entrada da Baixada por falar nisso, ali vi o Gustavo marcar o gol do título de 2000 e o Alex Mineiro percorrer grande parte da estrada do título brasileiro de 2001. Também não posso esquecer do penal cobrado nas alturas pelo Gabiru em 1999.
Cada torcedor é símbolo de um sentimento, alguns têm o amor mais próximo, eu posso dizer que realmente tenho, o distintivo do Atlético sempre sobre o coração. Vai ver, os anjos assim quiseram: vai, Bruno! ser atleticano na vida.