Monique Silva

Após prestar esclarecimentos na delegacia sobre a acusação de racismo por parte do zagueiro Manoel, o defensor palmeirense Danilo concedeu uma coletiva aos jornalistas paulistas na Academia de Futebol e deu a sua versão sobre o ocorrido durante o jogo entre Palmeiras e Atlético. Enquadrado no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que diz sobre “injúria qualificada por racismo”, Danilo mostrou arrependimento e pediu desculpas a Manoel pelo gesto.

“Estou aqui para responder tudo, mas, principalmente, para pedir desculpas ao Manoel, que é um profissional. Estou arrependido. Não se cospe na cara de um homem, não gostaria que fosse comigo. Aquele jogador de ontem, as pessoas que acompanham o Palmeiras e convivem comigo no futebol sabem que não é o Danilo. Estou arrependido e peço desculpas a todos que me conhecem. Isso não vai mais acontecer”, disse o zagueiro, que ainda elogiou o jogador atleticano. “O que guardo dele (Manoel) é que é um baita jogador, de futuro imenso. Não guardo mágoa do que falou porque tem razão. Eu o hostilizei, mas não vai acontecer”.

Demonstrando muita mágoa em relação ao Atlético, Danilo disse que foi usado pelo clube para criar um clima ruim para a partida de volta, em Curitiba. “Meu ato foi errado, mas não sou bandido. Eles acharam um bode expiatório e eu caí de gaiato. Estou aqui de cara limpa para assumir que errei. Vou ser xingado e isso é coisa do futebol, vou pagar por isso. Não vai ser um jogo normal por tudo o que foi criado, e o Atlético-PR é especialista em criar um clima hostil em decisões. Mas esse foi um ato do Danilo e não vai acovardar o Palmeiras”, ressaltou.

Danilo ainda se mostrou surpreso com a repercussão do caso pela imprensa esportiva e negou ser racista. “Fiquei surpreso porque sou jogador. Na delegacia, ouvi que eles tinham de prender bandido. Não sou branquinho, na minha família minha esposa é descendente de indígenas e isso gera uma situação complicada. Não sou racista e polêmico, como estão falando”, esclareceu.

Sabendo que responderá pelas ações no STJD, correndo o risco de pegar até 22 jogos de suspensão, o zagueiro disse que vai respeitar a decisão do tribunal. “É complicado porque acho que o Palmeiras tem chances de chegar à final. Vou pagar pelo meu erro, é natural tomar um gancho e vou respeitar”, finalizou.