Atlético de todas as cores
Nos livros de história aprendemos sobre o heroísmo de gente como Tiradentes, Duque de Caxias, Marechais e Coronéis além de Presidentes e homens públicos que fizeram do Brasil uma nação emergente no cenário mundial. Sobre o negro que por anos libertou e se escondeu com os seus na mata, Zumbi dos Palmares pouco se fala.
Pelé, o Rei do futebol é negro. Metade da recém convocada Seleção Brasileira é composta por negros, mulatos e mestiços, caracterizando bem uma das principais singularidades do Brasil, a miscigenação. Mesmo assim infelizmente ainda temos em pleno século XXI, cenas de discriminação racial como ocorrida há pouco menos de um mês envolvendo o zagueiro atleticano Manoel e o zagueiro do Palmeiras Danilo, de triste passagem pelo Furacão.
O Atlético como equipe mais popular do Estado teve ao longo do tempo uma imensa colaboração de negros para escrever com tintas de todas as cores sua história de lutas, dificuldades e conquistas. Djalma Santos, Carlinhos Sabiá, a dupla Washington e Assis, o atleta mais vezes campeão com a camisa atleticana o goleiro Flávio, o lateral Miranda que jogou ao lado do folclórico beque Fião, Oséas, o quadrado mágico formado por Kelly, Lucas, Kléber Incendiário e pelo mestiço Gabiru, o iluminado Alex Mineiro, hoje com Alan Bahia, o colombiano Valencia, Tartá, Marcelo e especialmente o garoto Manoel representam essa pluralidade que sempre imperou no seio atleticano.
Neste dia 13 de maio vale muito mais que a comemoração da Abolição da Escravatura a reflexão sobre o que foi feito no passado e especialmente em que sociedade queremos viver no futuro. Uma solidária, com respeito ao próximo, seja ele negro, branco, amarelo, índio, mestiço; ou numa em que uma vítima de racismo como Manoel sofre quase pena máxima pelos tribunais, enquanto o réu Danilo teve penas brandas pelo ilícito cometido?