24 maio 2010 - 11h50

Continuar pra quê?

Sem ainda conseguir uma vitória convincente no comando técnico atleticano e ainda sem nenhuma vitória contra os times da primeira divisão do futebol brasileiro, a permanência do técnico Leandro Niehues está sendo bastante contestada por grande parte da torcida atleticana. Alguns, mais racionais, relembram o discurso da diretoria quando da demissão do técnico Antônio Lopes, no início deste ano: na avaliação dos números, o desempenho de Niehues é pior que o do ex-comandante. Os torcedores mais passionais, na ânsia de demonstrar o seu descontentamento com o atual técnico, usam as arquibancadas para protestar e pedir a saída de Niehues.

Apesar da diferença das formas de protesto, a semelhança é que a maior parte da torcida está descontente com os resultados até aqui alcançados por Leandro Niehues. Desde que foi promovido de auxiliar técnico a treinador, ele comandou o Furacão em 16 partidas, com 7 vitórias, 4 empates e 5 derrotas – aproveitamento de 52,08% (confira a reportagem sobre o desempenho do treinador: Niehues tem aproveitamento de 52% no Atlético).

Entretanto, ao se analisar apenas a matemática, a avaliação não é tão profunda e por isso mesmo longe da real. Com Niehues, o Atlético perdeu o bicampeonato Paranaense, foi eliminado da Copa do Brasil e ainda não venceu nenhuma partida no Brasileirão – em 9 pontos disputados, a equipe somou apenas 1. Mais que isso, sua série de vitórias foi consumada contra equipes muito fracas tecnicamente, durante o período do supermando do fraco Campeonato Paranaense.

Diante de tantos insucessos, as críticas começaram a aparecer. Nos últimos dois jogos do Atlético na Baixada (contra o Iraty, na despedida do estadual, e contra o Guarani, pelo Brasileiro) muitos torcedores pediram a saída do técnico. O discurso nas conversas entre a torcida atleticana é que a saída de Niehues é algo previsível, mas que quanto mais a diretoria demorar para tomar essa decisão, mais dramática ficará a situação do clube no Brasileiro, única competição que ainda resta ao Atlético neste ano.

Lopes x Niehues

Na época da demissão do técnico Antonio Lopes, a principal justificativa dos dirigentes atleticanos era de que em campo os resultados do time não eram satisfatórios. “Depois de 13 jogos os resultados não foram satisfatórios. Queríamos que o Atlético estivesse na primeira posição, liderando o Campeonato Paranaense. Tínhamos condições para isso”, chegou a afirmar na época o diretor de futebol do clube, Ocimar Bolicenho.

O presidente Marcos Malucelli foi no mesmo discurso. “Iniciamos esse ano de 2010 com o objetivo de ficar em primeiro na primeira fase do Paranaense e de fazer um bom campeonato. Analisamos que não estávamos bem e por isso resolvermos mudar agora do que esperar o Brasileiro. Eu lamento ter que fazer isso, mas tenho que pensar no clube. E a situação do time pedia uma intervenção. Eu fiz a intervenção para não me arrepender mais tarde de não ter feito agora”, disse o presidente um dia após o anúncio da demissão de Lopes.

No comparativo de desempenho, entretanto, o Atlético de Lopes foi melhor que o atual Atlético de Niehues, com duas diferenças principais: Lopes não contou com Paulo Baier, que estava em tratamento no Departamento Médico, enquanto Niehues atuou contra times mais qualificados, mas mesmo assim não conseguiu vencer nenhuma equipe da primeira divisão, seja na Copa do Brasil (contra o Palmeiras foi uma derrota e um empate) ou no Brasileiro, até aqui o time empatou um e perdeu dois jogos na competição.

Lopes disputou este ano 13 jogos pelo Atlético, com 7 vitórias, 5 empates e 1 derrota – aproveitamento de 66,66% dos pontos disputados. Leandro Niehues tem até agora 52,08% de aproveitamento, com 7 vitórias, 4 empates e 5 derrotas.

Na avaliação global da quarta passagem de Antonio Lopes no Furacão o aproveitamento foi de 54%, com 16 vitórias, 12 empates e 9 derrotas em sete meses de trabalho – que culminou inclusive com a permanência atleticana na elite do futebol nacional.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…