Eu grito!
Há dois anos venho falando dos problemas da administração do Clube Atlético Paranaense. No entanto, desde final do ano passado eu resolvi me calar e ver o que a sorte nos reservaria para este ano. Já sabia que teríamos um ano difícil, mas minhas previsões foram ultrapassadas pela incompetência da gestão atual que nem ao menos conseguiu vencer o Paranaense de 2010, deixando o troféu do Estadual para o rival – membro da Segunda Divisão do Brasileiro e, se depender de time, não sairá de lá!…
Isso me fez pensar que continuaríamos um time medíocre para o Brasileiro, entre os piores, lutando para não cair. Infelizmente, foi o que vi acontecer. Nosso time, como em anos anteriores, não tem fibra, não tem garra, não tem culhões. Nosso time é fraco, é nanico, parece não ter vontade de vencer! Os atletas estão desvalorizados vendo treinadores sem expressão tentando comandar o que tem ficado sem comando, sem norte. Não existe pulso forte em nenhum dos setores e as mágicas não estão sendo feitas. Não vemos revelações saindo da base, não vemos apostas sendo efetivamente trazidas e nos contentamos com Branquinhos…
… vem ano, passa ano e estamos numa mesma situação. Tentamos organizar movimentos fortes, como o Movimento Atlético Mais Futebol (MAMF) – que existe e ainda insiste em acompanhar os trabalhos atleticanos. Mas não temos estímulos. O time está cada vez pior, a diretoria é fraca e não queremos derrubá-la porque o futuro é tenebroso: sem Marcos Malucelli teremos que engolir Mario Celso Petraglia? Eu me recuso a pensar nisso e deixo minhas lutas para não ver o desespero voltar para o olhar da torcida – que sofre com as mãos fortes e desequilibradas do Imperador do Nada, do Ditador de Mundos, do Semideus endeusado por si mesmo.
Calo-me e vejo surgir do nada uma tal Assocap – uma instituição que visaria fazer o que faz o MAMF. Mas com o aval dos petraglistas – aqueles que pensam que um homem com quase 70 anos ainda pode ser o único capaz de chegar e ‘arrumar a casa’. Mcp, caros, não é a saída para o Atlético. Ele finalizou sua história ao entregar o clube para pessoas despreparadas, a avalizar uma gestão de puxa-sacos, a imaginar que teria reconhecimento eterno pelo muito que fez (e não nego o que conquistou para nós como respeito nacional, Arena e CT concluídos e com pompas), ao pedir que entregássemos a Arena para os coxas criarem a chamada Arena Atletiba acabando com um patrimônio só nosso, todo nosso…
Enfim, vejo o sofrimento no olhar dos meus amigos e irmãos atleticanos e nada posso fazer a não ser criticar, falar e ver que tentam me calar com interpelações judiciais como se tivesse medo de enfrentar mais uma de tantas ações civis ou criminais que me reserva a sorte por dizer o que não tenho medo. Vi amigos deixarem o MAMF por se dizerem ameaçados, por temerem represálias, por terem sido intimidados. Não mais vou me calar.
Quero como todos os atleticanos querem um Atlético forte, nosso Atlético de volta, com a maestria que lhe é peculiar quando respeitado o manto sagrado que é nossa camisa rubro-negra. Temos no olhar o sangue da paixão e o negro da perseverança.
Não vamos desistir! Mas não mais deixaremos de gritar para os dirigentes para que nos cumpra o prometido: time, investimento em chuteiras, investimento em futebol, investimentos…
… só queremos o que querem os apaixonados, os que esperam vitórias, os que sonham com títulos…