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28 maio 2010 - 9h50

Eu grito!

Há dois anos venho falando dos problemas da administração do Clube Atlético Paranaense. No entanto, desde final do ano passado eu resolvi me calar e ver o que a sorte nos reservaria para este ano. Já sabia que teríamos um ano difícil, mas minhas previsões foram ultrapassadas pela incompetência da gestão atual que nem ao menos conseguiu vencer o Paranaense de 2010, deixando o troféu do Estadual para o rival – membro da Segunda Divisão do Brasileiro e, se depender de time, não sairá de lá!…

Isso me fez pensar que continuaríamos um time medíocre para o Brasileiro, entre os piores, lutando para não cair. Infelizmente, foi o que vi acontecer. Nosso time, como em anos anteriores, não tem fibra, não tem garra, não tem culhões. Nosso time é fraco, é nanico, parece não ter vontade de vencer! Os atletas estão desvalorizados vendo treinadores sem expressão tentando comandar o que tem ficado sem comando, sem norte. Não existe pulso forte em nenhum dos setores e as mágicas não estão sendo feitas. Não vemos revelações saindo da base, não vemos apostas sendo efetivamente trazidas e nos contentamos com Branquinhos…

… vem ano, passa ano e estamos numa mesma situação. Tentamos organizar movimentos fortes, como o Movimento Atlético Mais Futebol (MAMF) – que existe e ainda insiste em acompanhar os trabalhos atleticanos. Mas não temos estímulos. O time está cada vez pior, a diretoria é fraca e não queremos derrubá-la porque o futuro é tenebroso: sem Marcos Malucelli teremos que engolir Mario Celso Petraglia? Eu me recuso a pensar nisso e deixo minhas lutas para não ver o desespero voltar para o olhar da torcida – que sofre com as mãos fortes e desequilibradas do Imperador do Nada, do Ditador de Mundos, do Semideus endeusado por si mesmo.

Calo-me e vejo surgir do nada uma tal Assocap – uma instituição que visaria fazer o que faz o MAMF. Mas com o aval dos petraglistas – aqueles que pensam que um homem com quase 70 anos ainda pode ser o único capaz de chegar e ‘arrumar a casa’. Mcp, caros, não é a saída para o Atlético. Ele finalizou sua história ao entregar o clube para pessoas despreparadas, a avalizar uma gestão de puxa-sacos, a imaginar que teria reconhecimento eterno pelo muito que fez (e não nego o que conquistou para nós como respeito nacional, Arena e CT concluídos e com pompas), ao pedir que entregássemos a Arena para os coxas criarem a chamada Arena Atletiba – acabando com um patrimônio só nosso, todo nosso…

Enfim, vejo o sofrimento no olhar dos meus amigos e irmãos atleticanos e nada posso fazer a não ser criticar, falar e ver que tentam me calar com interpelações judiciais – como se tivesse medo de enfrentar mais uma de tantas ações civis ou criminais que me reserva a sorte por dizer o que não tenho medo. Vi amigos deixarem o MAMF por se dizerem ameaçados, por temerem represálias, por terem sido intimidados. Não mais vou me calar.

Quero – como todos os atleticanos querem – um Atlético forte, nosso Atlético de volta, com a maestria que lhe é peculiar quando respeitado o manto sagrado que é nossa camisa rubro-negra. Temos no olhar o sangue da paixão e o negro da perseverança.

Não vamos desistir! Mas não mais deixaremos de gritar para os dirigentes para que nos cumpra o prometido: time, investimento em chuteiras, investimento em futebol, investimentos…

… só queremos o que querem os apaixonados, os que esperam vitórias, os que sonham com títulos…



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