A Copa agora será aqui!
No apito final do árbitro inglês Howard Webb, a Copa do Mundo 2010, na África do Sul, definitivamente se encerrou, coroando a campanha vitoriosa da seleção da Espanha, que ficou com a taça. No mesmo instante, a Copa da África virou passado e todas as atenções atravessaram o oceano Atlântico e se voltam ao Brasil, país sede da Copa do Mundo de 2014. Neste novo foco, a cidade de Curitiba e o estádio da Arena da Baixada também viram alvos da vez, indicados pela Fifa como subsede e um dos palcos dos jogos do Mundial de 2014.
Daqui exatos 1.431 dias a bola voltará a rolar na Copa do Mundo, em gramados brasileiros. Neste espaço de tempo, que parece longo mas não é, as 12 cidades subsedes e o país de uma forma geral terá que garantir infraestrutura para acomodar países e seleções, com obras gigantescas não apenas em estádios, mas também na própria reurbanização das cidades envolvidas para receber os jogos do mundial: além de Curitiba, foram escolhidas pela Fifa outras 11 capitais, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Estádios: principal investimento brasileiro
Na Copa do Brasil, o investimento em estádio é considerado o principal carro-chefe das cidades subsedes. Construções completas ou reformas (como no Maracanã, Morumbi, Beira-Rio e na Arena da Baixada) devem ter investimentos de R$ 5,6 bilhões, segundo estimativa do Ministério dos Esportes. Desse total, a maior parte do dinheiro virá de financiamento federal, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) serão R$ 3,7 bilhões de financiamento federal e R$ 2,1 bilhões de recursos locais ou privados, segundo estimativa do governo brasileiro.
Entretanto, para diminuir custos, a estratégia nacional foi reduzir os tamanhos dos estádios, usando como base duas premissas: a capacidade mínima exigida pela Fifa, ou seja, 40 mil lugares, e a média de público dos estádios brasileiros na atualidade. Os estádios brasileiros para o Mundial precisam respeitar a média de público normal do país e as exigências da Fifa. Os estádios que receberão jogos da fase final do torneio terão maior capacidade. Entretanto, os demais devem ser construídos e reformados levando em conta o número mínimo de espectadores exigidos. Isso irá reduzir custos com obras e baratear a manutenção dos estádios usados na Copa depois do fim do torneio. Não podemos construir um estádio em Brasília com capacidade para 70 mil pessoas e depois nunca mais conseguir lotá-lo”, explicou o ministro Orlando Silva.
Em setembro, está prevista uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, para definir detalhes das obras e estruturas das cidades brasileiras visando o Mundial.
Arena da Baixada
Na candidatura paranaense, o principal ponto de preocupação neste momento é apresentar ao Comitê Brasileiro para a Copa e à Fifa as garantias financeiras necessárias para as reformas no estádio Joaquim Américo. A discussão central está sobre quem irá arcar com 70% do valor total da obra, orçada em R$ 130 milhões, para as reformas na Arena da Baixada segundo o padrão Fifa para uma Copa do Mundo.
O Atlético já se dispôs a arcar com 30% do valor total, o custo necessário para finalizar o estádio com capacidade para 40 mil pessoas, mas dentro das exigências do futebol brasileiro e internacional, sem diversos itens do caderno de encargos da Fifa para uma Copa do Mundo. O clube já recusou proposta da prefeitura de Curitiba, em alterar a Lei de Zoneamento Municipal, fazendo que o terreno da Arena da Baixada fosse classificado como região de potencial construtivo máximo, modalidade especial. Com isso, o Atlético poderia negociar o potencial excedente com investidores que desejem utilizá-lo para aumentar a área de construção em outras localidades.
A direção atleticana disse que não irá onerar e endividar o clube para trazer os jogos da Copa para a Arena da Baixada, decisão que foi apoiada pelos membros do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro.
Entretanto, o Atlético está disposto a negociar e avaliar outras propostas que viabilizem as obras na Arena no padrão Fifa. Com o suporte da FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), representantes do Furacão foram há duas semanas a Brasília para conversar com o BNDES na tentativa de baixar os juros do financiamento de R$ 130 milhões, algo em torno de 11%, para viabilizar o empréstimo ao Atlético.
Outra alternativa é uma parceria com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), que já manifestou interesse em investir nas obras do estádio em troca de naming rights no estádio. Por se tratar de uma empresa com capital misto, a proposta terá que passar também pela aprovação da Assembleia Legislativa. Na quarta-feira haverá uma audiência pública para estudar a proposta, de autoria do Deputado Estadual Luiz Cláudio Romanelli.
O Comitê da Copa 2014 no Brasil deu a Curitiba um prazo maior para a entrega do projeto de garantias financeiras para o estádio. A cidade tem até o final do mês para entregar o documento.