Erros? Coincidências? Roubos?
Além da incômoda posição na tabela do Campeonato Brasileiro, o torcedor atleticano tem um novo motivo de preocupação: as arbitragens. De forma constante, o Furacão tem sido prejudicado não somente em jogadas isoladas, mas, também, em lances capitais. O jogo contra o Vasco em São Januário evidenciou as falhas contra o Furacão: um pênalti inexistente e duas expulsões injustas.
A situação não é nova. Logo na estreia do Brasileirão, o árbitro Marcelo de Lima Henrique expulsou Paulo Baier em lance em que o capitão atleticano sofreu falta e – pelo deslocamento, tocou a mão na bola. Coincidentemente, Henrique havia expulsado o meia – também de forma polêmica – em jogo disputado 15 dias antes. Segundo Baier, o árbitro ficou o ameaçando e avisando que iria expulsá-lo. “Segunda vez que ele me expulsa. Ele está de marcação comigo. Contra o Palmeiras eu não fiz nada e ele me expulsou. Ele está de marcação”, relatou o meia. “Falou que ia me expulsar. Todo lance que eu ia ele falava qua ia me expulsar”, concluiu.
No segundo tempo, Henrique apareceu mais uma vez e marcou pênalti inexistente de Alan Bahia em Souza. Com dois jogadores de vantagem, o Corinthians só conseguiu marcar aos 38, com Ronaldo, de pênalti. Perante tantas polêmicas, são justificáveis as reclamações paranaenses”, comentou Lédio Carmona, do SporTV, apoiado por Mauro Cezar Pereira, da ESPN: “A bola é cruzada sobre a área atleticana, Souza está à frente de Alan Bahia e poderia tentar a cabeçada num duelo que lhe era favorável, mas prefere mergulhar após um contato com o volante rubro-negro”. A diretoria do Atlético encaminhou protesto contra o árbitro; ainda assim, não houve esclarecimentos por parte da Confederação Brasileira de Futebol.
Os erros continuaram na sequência do Campeonato. No jogo contra o Guarani, pela segunda rodada, o Furacão deixou o campo reclamando de pênalti sobre Alex Mineiro. Na rodada seguinte, o Atlético conseguiu sua primeira vitória, mas, nem assim, deixou o campo satisfeito com o árbitro: Eu não quero jogar o árbitro contra a torcida, mas é complicado. Foram dois critérios completamente diferentes. O prejuízo para nossa equipe poderia ter sido grande”, comentou o volante Chico. No último jogo antes da parada para a Copa, mais reclamações em um lance capital.
“Teve o pênalti claro em cima do Branquinho que o juiz não deu. Mais uma vez fomos prejudicados, mas paciência”, desabafou Paulo Baier. O técnico Paulo César Carpegiani também criticou os critérios utilizados. “Nós tivemos um pênalti muito claro na minha frente. Acho que eu não estou muito cego. Mas o árbitro deixou correr”.
Pausa para a Copa, mas não para os erros
A incapacidade da arbitragem ressaltada na Copa do Mundo de 2010 ecoou no Brasileirão. E o Atlético, novamente, foi prejudicado. Na reestreia no Campeonato, dois gols anulados – um deles equivocadamente. O erro aconteceu ainda no primeiro tempo, quando o jogo estava empatado em 0 a 0. Após chute de Fransérgio de fora da área, Fábio deu rebote e Alex Mineiro tocou para trás; o auxiliar levantou a bandeira antes mesmo de Bruno Mineiro tocar na bola, assinalando posição irregular – inexistente – de Alex. O árbitro Wilson Seneme também prejudicou o Atlético. No primeiro tempo, Paulo Baier bateu falta rápido e encontrou Alex Mineiro livre, na frente do gol; Seneme, porém, parou a jogada. Além disso, após cobrança de falta na entrada da área a bola bateu na barreira, visivelmente no braço esticado de um jogador cruzeirense que estava dentro da área, não tendo sido assinalado o pênalti entretanto.
Nielson Nogueira: erros no jogo contra o Vasco [foto: Gazeta Press]
Em mais uma “arbitragem absurda” – conforme definido por Mauro Cézar Pereira – o Atlético foi prejudicado em três lances capitais contra o Vasco, em São Januário. O árbitro Nielson Dias marcou pênalti inexistente de Eli Sábia (que recebeu cartão amarelo na jogada) e expulsou Chico em lance em que o volante tocou na bola e sofreu falta do jogador vascaíno. Pior, o primeiro erro do árbitro acarretou na expulsão de Sábia, pelo segundo cartão amarelo. “Mais adiante, Chico, de carrinho, limpo, levou a melhor no duelo com Rafael Carioca. Nogueira Dias foi capaz de ver uma falta e ainda mostrou o cartão vermelho ao jogador do Atlético. Depois viria a expulsão de Eli Sabiá, cujo primeiro amarelo havia sido absurdo. Assim, com 35 minutos de partida, o time paranaense perdia por 2 a 0 e tinha somente nove homens. O jogo estava resolvido.”
Erros do time, erros dos árbitros
Os erros da equipe não são negados pela torcida atleticana, conforme aponta o colunista da Furacao.com, Paulo Perussolo que defende que “não se pode culpar apenas o árbitro pelo resultado negativo”. Ainda assim, mais de 90% dos torcedores atleticanos que responderam a enquete da Furacao.com aguardam uma representação da diretoria do Atlético.
Ao todo, o Furacão foi prejudicado – somente contabilizando lances capitais – em cinco das nove partidas do Campeonato Brasileiro.