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20 jul 2010 - 0h04

12 contra 9

Olha, a garotada que entrou em campo para jogar pelo Vasco da Gama contra nós, no sábado último, antes do presente da vitória, receberam do árbitro da partida –cujo nome nem guardei, pois tenho grande dificuldade em memorizar tudo o que diga respeito a imoralidade, indecência e cretinice escancarada- o mais deleteriamente completo exemplo de como se portar diante da vida, em todas as suas circunstâncias.

Por reflexa via, foi-lhes então ensinado, por esse mesmo ‘cidadão’ (o árbitro), entre outras tantas lições absolutamente apodrecedoras do caráter de qualquer ser vivo racional, de que o que mais importa, para se dar bem na vida, é ser “prepotente com os humildes e subserviente aos poderosos”, nem que para isso seja necessário, vez por outra, travestir-se de maneira absolutamente visível, manifesta e ostensiva, de “sabujo”, seja de quem for, desde que detentor de poder.

Os meninos que envergaram a jaqueta do Vasco da Gama nesse jogo –e que não têm nada a ver com o péssimo caráter do árbitro-, nada obstante, saíram intimamente convictos, infelizmente e por inevitável, de que atleta de “clube tradicionalmente grande” pode conseguir vantagens que os “outros, da vala comum” não conseguem obter, ficando com a definitiva certeza de que, se “todos são iguais perante a lei, não o são necessariamente perante aqueles encarregados de fazê-la cumprir”.

Menos mal: graças ao nosso bom Deus, referido ‘cidadão’ não é professor, jornalista, médico, policial, promotor ou juiz.

O que ele não deve esquecer, entretanto, é que, mesmo nos limites de sua profissão -mormente pela extrema divulgação que lhe é característica-, ele também possui a capacidade de influenciar pessoas, principalmente as mais jovens; portanto, por assim ser, com a sua ignominiosa arbitragem, contribuiu de maneira marcante e significativa para o início do processo de deformação do caráter daqueles jovens –e quantos mais presenciaram, pessoalmente ou pela televisão, a sua malsinada ‘performance’-.

Nossas autoridades, principalmente as da área educacional, pois, têm que ficar atentas ao comportamento de pessoas cujo agir profissional, a exemplo do que ocorre em relação aos árbitros de futebol, a um só tempo, é presenciado por milhões de outras, cujo caráter ainda está em formação.

E mais: diante da presente qualidade do futebol jogado pelo nosso Atlético, nem acho que fosse necessário fazer tanto em benefício do Vasco; pelo menos, não de maneira tão destituída de vergonha e de dignidade.

Jovens do meu país: não é nada disso não; não é esse o país que queremos para nossos filhos e para as futuras gerações; vale a pena sim ser honesto, justo e imparcial; a lei de Gérson de há muito foi revogada!



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