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6 ago 2010 - 17h15

Opção na Rebouças

Questionado sobre a necessidade de se encontrar um local para o Clube mandar os jogos durante a reforma da Arena para a Copa de 2014, o Presidente Marcos Malucelli concedeu esta entrevista:

(Trecho da entrevista concedida à Gazeta do Povo) Onde o Atlético iria jogar? Existe a possibilidade de ir para o Pinheirão, se o Coxa não liberar o seu estádio?

Existe, o Pinheirão está aí. Agora quem vai pôr lá R$ 20 milhões para deixar o Pinheirão em ordem? Nós não. A Federação, muito menos. Aqui em Curitiba o único estádio que comporta o nosso número de associados e torcedores é o do Coritiba. Agora, isso de o Coritiba deixar ou não, é bobagem. Porque se a CBF requisita, acabou, o Coritiba tem de ceder o estádio e não há o que fazer. É uma questão de ordem pública, de interesse público, de interesse da própria cidade, da CBF. Embora eu acredite não precisarmos chegar a isso porque o relacionamento com a diretoria do Coritiba é muito bom. Há pouco tempo um dos diretores me disse “Olha, se vocês precisarem, nós estamos à disposição…” Eu não vejo que haja necessidade, mas se houver, a CBF está aí, com o seu poder, para colocar as coisas nos seus devidos lugares.

Para um Presidente de um grande Clube de futebol, o Malucelli se revela ingênuo quando trata das coisas do Atlético.

No texto acima ele descarta uma das opções, que sabemos ‘não ser viável’ , ou seja, o uso do Pinheirão para mandarmos os nossos jogos, mas que em razão de negociações que advirão desta necessidade não deveria ser dito explicitamente. Ao mesmo tempo ele valoriza a outra opção afirmando ser a única. Fique quieto e deixe o Zimmerman falar das coisas do rubro-negro.

Dizer que há bom relacionamento entre as diretorias do Atlético e dos verdes e no mesmo parágrafo afirmar que ‘se não concordarem a CBF pode obrigar a cessão’ demonstra incoerência. Por que da ameaça? Não se conduz uma negociação desta maneira.

Vamos pensar antes de dar entrevista, ouvir mais pessoas da Diretoria, saber o que eles pensam sobre o assunto. Não interessa o seu ‘achismo’. Lembram-se daquela afirmação de que por ele não haveria Copa na Baixada?

Vamos pensar numa terceira opção. A Vila Capanema. Explico:

Se ao dinheiro que virá para ampliar e adequar o Joaquim Américo às exigências da Fifa poderá ser acrescido um complemento para as despesas de mudança de local dos jogos, etc, etc., por que não aplicar na adequação da Vila Capanema às nossas necessidades do momento.

Curitiba terá R$ 211 milhões do PAC de Mobilidade Urbana para a Copa para financiamento de obras de mobilidade urbana. Com os recursos, oriundos da Caixa Econômica Federal e que serão pagos pelo Município em forma de financiamento, a Prefeitura de Curitiba fará a revitalização da Rodoviária e das avenidas das Torres, Cândido de Abreu e Marechal Floriano; implantará o Sistema Integrado de Mobilidade; reformará e ampliará o Terminal Santa Cândida; e construirá uma extensão da Linha Verde Sul entre outras obras. O estádio do Paraná Clube está localizado na região em que estes investimentos também serão aplicados. Grudado ao campo existe a ALL, empresa multinacional que explora o transporte ferroviário e que poderia participar de um plano de reurbanização daquele espaço da cidade.

A aplicação das verbas do governo estadual e municipal para a Copa do Mundo com certeza irá contemplar melhorias na infra-estrutura da Rodo ferroviária – Aeroporto (via avenida Afonso Camargo) mudando o perfil da região integrando o projeto ao Mercado Municipal que já está sendo ampliado.

Quanto ao estádio, com um projeto enxuto transformaremos num local confortável, seguro e que por um bom período será a nossa casa. Lembrar que a Vila Capanema terá também o potencial construtivo que poderá ser usado na reforma e poderia ser uma opção para ser local de treinamento para os times da Copa.

Ah! tem a questão da capacidade do estádio em abrigar os milhares de torcedores que são sócios do Clube Atlético Paranaense (15 , 20 , 23 mil, não sei ao certo) que não comportam na Vila, mesmo ela sendo ampliada. Pois bem! Interessante que o Internacional tem mais sócios do que o seu estádio pode abrigar nos dias de jogos e no entanto … assim são os clubes europeus, ou não?

A questão não é ter cadeiras para todos os sócios e sim como garantir que o associado continue contribuindo mesmo sem a garantia de cadeira individual para ir ao campo quando ele quiser. Poderemos instituir a Cadeira Compartilhada.
Sabemos que sem um estádio com as mínimas condições de segurança, higiene e conforto parte dos associados atuais não irão aos jogos e tampouco continuarão pagando as mensalidades. Teremos que contabilizar esta perda? Exceto se …

Uma campanha inteligente, com um marketing profissional bem feito, poderemos promover um rodízio de sócios freqüentadores aos jogos, ao estilo da cidade de São Paulo onde a prefeitura para descongestionar o centro da cidade promove um rodízio dos veículos, de acordo com o final das placas, etc, etc. Assim, com uma ampla consulta e divulgação sobre as regras, o sócio irá participar com consciência do Rodízio das Cadeiras – Sociedade Compartilhada.

Chamemos os publicitários para bolarem um slogan legal.

Um rodízio de ocupação dentro do limite que comporta o estádio alugado (com investimentos não será pago aluguel ou ainda poderemos firmar essa parceria agora e disponibilizar atletas que não estão sendo utilizados para jogar no Paraná Clube pagando os seus salários, colocando-os na vitrine para negociação).

Com certeza teremos presença maciça nos jogos importantes de sócios – torcedores do Atlético. O associado pagará sua mensalidade proporcional aos jogos assistidos por ele. Os que ficarem de fora na semana do jogo participarão de sorteios de brindes promovidos pelo Clube, com a distribuição de camisas oficiais, de ingressos para shows, teatros, cinemas da cidade e até de entradas para locais conveniados que transmitem em Pay per View, por exemplo. Destinar uma cota de ingressos dos jogos onde o time vai jogar como visitante que será distribuído ao sócio que ficar de fora no rodízio da semana. A meta é manter os sócios ligados ao clube. Reconhecer o seu sacrifício como torcedor associado – compartilhado.

Estes ingressos aos eventos na cidade, brindes e demais produtos promocionais o clube pode conseguir com os patrocinadores. Como selecionar os que poderão ir aos jogos da semana?

Verificar as tabelas dos jogos (os diversos campeonatos) e, de acordo com o número da carteira do associado ele reveza a ida aos jogos. Ou então setorizar os sócios. Exemplo: do setor da Madre Maria superior assistirão os jogos tais e tais. O setor da Brasilio e dos fundos inferior nos dias tais e tais. Os proprietários de camarotes se revezam em semanas sim, semana não. Assim por diante. O sócio já sabe, com antecedência, os jogos que irá poder assistir e se programar confirmando sua presença ou liberando para o Clube repassar a outro. É uma logística trabalhosa, mas com inteligência e vontade política a diretoria quebra paradigmas, inova, se relaciona com seus associados, enfim faz algo diferente. O torcedor atleticano, excetuando uma minoria bandida que se a polícia fosse rigorosa não permitiria entrar no campo, a maioria é compreensiva, é ordeira e inteligente e irá com certeza participar desta proposta inédita.

Mas não é só essa alternativa. Temos que pensar juntos. O que não pode é falar asneira como o seu Malucelli.



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