Vitória para amenizar a crise
Após duas derrotas vexatórias fora de casa, o Atlético retomou o rumo da vitória em sua volta à Arena da Baixada e na estreia do novo, porém velho conhecido da torcida, técnico Geninho.
O treinador, que foi apresentado oficialmente apenas na última quinta-feira, teve pouco tempo para trabalhar com a equipe, porém já a deixou com a sua cara. Mudando o esquema tático do 4-4-2 para o 3-5-2, o esquema preferido do técnico, o Atlético venceu a equipe do Rio Branco pelo placar de 2 a 0.
Antes mesmo do início da partida, o clima era pesado na Arena. A equipe, que já havia sido recepcionada por torcedores em protesto no estacionamento do estádio, entrou em campo vaiada e sobre os gritos de “Vergonha! Vergonha!”, em alusão às derrotas recentes contra Coritiba e o Rio Branco-AC. Dos jogadores em campo, apenas Madson e Lucas tiveram seus nomes entoados pela massa rubro-negra, que também lembrou de Claiton, no banco, e Paulo Baier, machucado.
Manoel, que se envolveu em polêmica após a partida do meio de semana no Acre, foi perseguido pelos torcedores durante toda a partida, assim como Fransérgio que, mesmo no banco de reservas, foi duramente xingado por grande parte da torcida presente no estádio.
O jogo
O Atlético foi em busca do resultado assim que o pontapé inicial foi dado. Com uma equipe tecnicamente muito superior ao Rio Branco, o domínio do jogo era todo do Atlético. Porém, a equipe não conseguia traduzir todo o seu volume de jogo em bons lances.
Aos 4 minutos Alê, após uma dividida na intermediária, acertou a bola no travessão. Após este lance a equipe só voltou a levar perigo com Paulinho, em chute de dentro da área, e Lucas, após primoroso lançamento de Heverton, que finalizou mal também dentro da grande área adversária.
O tempo ia passando, a torcida se irritando, e a equipe não conseguia criar chances por outro setor senão o esquerdo, com Paulinho. E foi justamente por lá que a jogada do primeiro gol foi construída, aos 34 minutos da etapa inicial. O lateral esquerda cruzou, em sequência, uma, duas, três vezes para a área adversária até que a bola chegou em Heverton, estreante da noite. O meia chutou em cima do zagueiro, e no rebote limpou o mesmo defensor para chutar no cantinho da meta defendida por Fabrício e abrir o placar no Caldeirão.
O Rio Branco teve sua vida ainda mais dificultada após expulsão infantil do zagueiro Willian, que perdeu a bola para Wescley e cometeu falta. Como já havia recebido cartão amarelo, levou o segundo e foi mais cedo para o chuveiro. Na cobrança Paulinho quase aumentou o placar, mas o primeiro tempo ficou nisso.
Com a segunda etapa, o segundo gol
Com a vantagem no placar e no número de jogadores, o esperado era que o Furacão partisse para cima e construísse uma goleada. Geninho até modificou a equipe para que isto acontecesse, alterando o esquema de 3-5-2 para um 4-3-3, com Manoel na lateral direita, Kléberson voltando ao meio-campo e Mádson atuando como atacante pela esquerda. Porém, o que se viu foi praticamente um replay dos primeiros 45 minutos.
Com um domínio ainda maior dentro de campo, o Atlético criava chances com a dupla Mádson e Paulinho, mas não conseguia revertê-las em gol. Foram vários cruzamentos de ambos, além de três boas oportunidades do lateral já dentro da área adversária, mas que não terminaram com a bola no fundo das redes da equipe de Paranaguá.
O domínio persistia, Geninho fazia alterações (Claiton no lugar de Heverton e Henan no lugar de Kléberson) na equipe, que continuava a perder oportunidades com Lucas, Mádson e Paulinho, mas o gol não saia. Até que, assim como no primeiro tempo, o relógio marcou 34 minutos jogados.
Em escanteio pela esquerda, Madson levantou a bola na área e Gabriel, livre de marcação, só teve o trabalho de cabecear e correr para o abraço. Era o gol para acalmar a torcida e aliviar a equipe.
O jogo seguiu morno, com o Furacão apenas trocando passes e tentando, vez ou outra, algumas investidas, até o apito final do árbitro aos 47 minutos. Com a vitória, o Atlético fecha o primeiro turno do Campeonato Paranaense na terceira colocação, atrás de Coritiba e Operário, com 21 pontos ganhos.
Para o novo treinador, a vitória foi fundamental para abaixar um pouco a poeira dos últimos resultados. “Espero que o resultado assente um pouco a poeira, mas não vai apagar o fogo. Temos que trabalhar para voltar a ter a confiança da torcida”, finalizou Geninho.
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