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28 fev 2011 - 12h35

A inteligência e a calma

Caros torcedores rubro-negros, hoje vou compartilhar com vocês um pensamento que me ocorreu ontem, durante o jogo.

Eram passados 20 e tantos minutos do segundo tempo. Jogo bastante fraco do ponto de vista técnico; jogo de ataque contra defesa; jogo em que eu queria ter sido ouvido por Rafael Santos, por Alê e por Fransérgio. Queria que eles soubessem que eu os acho uns bananas pela surra que tomamos no Atletiba. O time atleticano já tinha perdido umas 4 oportunidades claras de gol. Foi quando num lance de incopetência e nervosismo de dois jogadores, Paulinho e Wescley (acho que foi esse também), a Fanáticos resolveu gritar, como de costume, o tal ‘raça’, ‘raça’. Me calei (eu já estava calado, porque estava triste com o time e por ter visto muita gente também triste com o Atlético, mas calei no pensamento) e concluí, súbito: por que que a Fanáticos não grita: ‘inteligência’, ‘inteligência’; ou, ainda: ‘calma’, ‘calma’? Comentei com meu irmão a respeito e ele sorriu, para em seguida dizer que já havia pensado em algo parecido. Estendendo a conversa, foi fácil concluir que ‘inteligência’ ou ‘calma’ não são boas palavras pra cair na boca da galera, são muito ‘limpas’ para uma torcida usar e soariam ridículas, talvez, já que palavras de ordem que venham das arquibancadas geralmente coadunam com a ofensa baixa (que fique claro que não sou contra o uso de um bom palavrão pra extravasar a minha raiva). Enfim, lembrei também de uma tiração de sarro que Marcelo Adnet faz das torcidas organizadas e continuei torcendo, lá do alto da Madre Maria. Só Deus e meus vizinhos de cadeira podem ouvir minhas súplicas pelo Rubro-negro. Lá eu posso, sozinho ou não, em baixo tom e, às vezes, a plenos pulmões, pedir pra que o milagre se realize e que alguns jogadores pensem enquanto jogam, já que dos céus o talento nato não lhes foi concedido. A raça não bastaria, mesmo que ela, ao ser clamada pela torcida, carregue consigo, como num pacotão de talentos, a inspiração, a inteligência, a calma, o sangue frio e a competência necessárias pra qualquer atleta ter sucesso e deitar no colo do povo.

Engraçada a zoação do Adnet com as torcidas, com o discurso modular dos jogadores…

Só que de engraçada a situação do Atlético não tem nada. Foi terminar a ‘pira’ a respeito do canto da torcida que me dei conta de que realmente falta ao nosso elenco jogadores com alto ‘QI’ pra futebol. A parte mais fácil do papel de boleiro muitos deles cumprem bem, como pagar por p**** numa noitada, como, ao longo de uma entrevista, dizer que o grupo é bom e de qualidade, que todos querem o resultado positivo e que cada um ‘deu o melhor de si’, sempre respeitando as ordens do professor (é pra rir e chorar depois de ouvir uma dessa). Piada, balela…

Depois do segundo gol e da última substituição, meu irmão foi embora. Eu fiquei sozinho, só com um dos tradicionais vizinhos de cadeira. A gente nem conseguia conversar. Ao fim do jogo, só trocamos um ‘tchau, boa semana’ e saímos, cada um para o seu canto. E eu me fui pela Eng. Rebouças, anônimo, até com frio, meio pessimista, mas no fundo acreditando que a providência de Madre Maria ainda vai ajudar o nosso Atlético e que da quiçaça pela qual passamos, com jogadores de pernas de paus tortuosos, hão de surgir cabeças pensantes e com um pouco mais de inspiração, calma e vergonha na cara.



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