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17 mar 2011 - 12h50

A noite dos gigantes de Ébano

O jogo de ontem à noite, contra o Paulista de Jundiaí, ademais de materializar uma grande e importante vitória, corporificou um marco inicial de uma até então buscada identidade para a equipe.

Nesse embate, jogamos como uma equipe caracterizada principalmente pela força física e pela altura de seus integrantes, aliada a uma forte marcação (a exceção é o Madson que, pela qualidade que tem, foi e deverá continuar sendo o “mascote” da turma).

O que vimos ontem foi uma equipe de futebol vocacionada para, antes, defender com segurança e eficiência e, depois, atacar com critério e inteligência.

A continuar nesse diapasão, será um time que deverá apresentar grandes dificuldades ofensivas para qualquer outro que venha a enfrentá-lo , sem deixar de causar ao oponente um metódico e constante perigo em suas investidas de ataque –certamente, ninguém pode duvidar das qualidades técnicas de um P. Bayer, de um Madson ou de um Guerrón, entre outros que poderão atuar nesse setor mais adiantado, como, por exemplo, Héverton, Branquinho e Lucas, isso tudo sem esquecer de que outros ainda estão chegando para compor o elenco na quadra de frente-.

Ontem, portanto, finalmente, restaram evidenciados o potencial e a tendência natural dos atletas que compõem nosso elenco: força física, marcação forte, seriedade e racional poder de ataque.

Estamos, assim, hoje, por assim dizer, mais para o estilo do Internacional , tri-campeão brasileiro de outrora, cuja equipe possuía essas sobreditos apanágios.

Involução, diriam alguns. Não, simplesmente adequação da filosofia de jogo a partir das características predominantes no grupo de atletas.

Essa verdade se torna cada vez mais evidente na medida em que não se pode exigir que , por exemplo, gigantes como Gabriel, Flávio, Alê, Robston e Nieto, dominem a bola com rapidez e se desloquem com velocidade para oferecer opção de passe e toque de bola constante e envolvente em seus setores .

Para se montar uma equipe competitiva, antes de mais nada, deve-se observar e respeitar as especificidades de seus componentes; foi isso o que vimos ontem.

Aliás, ao meu ver, a vitória somente nos sorriu em razão da exuberante atuação de nosso sistema defensivo, principalmente de nossos “gigantes de ébano” Manoel, Gabriel, Flávio, Alê e Robston, estes muito bem “assessorados” pelo excelente Guerrón , pelo “mascote” Madson, pelo “intelectual” Baier e pelo goleador Nieto, outro gigante, só que de “marfim argentino” (ebony and ivory live together in perfect harmony).

Em resumo: gostei – e muit o- do concerto de piano que apresentamos ontem à noite em Jundiaí.

Aos críticos de plantão e, principalmente, àqueles que, por somente terem capacidade de enxergar defeitos são incapazes de vislumbrar virtudes, dedico este texto.



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