Geninho: “Temos que trazer o torcedor para o nosso lado”
O técnico Geninho concedeu entrevista coletiva à imprensa após a vitória contra o Roma, por 3 a 2, em Apucarana. Depois de abrir 2 a 0 no placar e sofrer o empate, o time ainda ficou com um a menos na partida, mas conseguiu o gol da vitória através do capitão Paulo Baier, isolado na artilharia do campeonato, que marcou duas vezes.
Importância da vitória, cobranças da torcida, objetivos no Paranaense e a vinda de reforços foram alguns dos assuntos debatidos pelo treinador atleticano.
Confira abaixo as declarações do técnico:
O JOGO
“Foi um jogo muito brigado, de muito choque, marcação forte e disputado em alta velocidade, até porque o clima exigia isso. Eles (Roma) tinham uma boa mobilidade, é um time muito rápido e com bons laterais, mas o Atlético conseguiu suportar a pressão. Abriu 2 a 0, mas quando o jogo era para se aquietar, tivemos um homem fora e depois eles fizeram um, e logo outro em seguida. Mas gostei da moral do time mesmo com um a menos se arriscando em campo, até porque empatar ou perder era a mesma coisa. Fomos para cima, conseguimos o gol e suportamos a pressão natural, já que eles colocaram mais atacantes tentando o resultado. Gostei da forma como a equipe acabou reagindo depois de abrir 2 a 0, sofrer o empate, ou seja, o time vem sendo cobrado e seria normal aceitar o resultado, já que estava em desvantagem numérica. Gostei da reação, é sinal de que o que estamos empregando está sendo assimilado. Sabemos que temos uma caminhada longa, muitos ajustes a serem feitos, mas esse tipo de vitória é bom, dá moral porque você ganha com um homem a menos, na casa do adversário e espero que isso nos dê uma boa sequência de resultados”.
COBRANÇAS DA TORCIDA
“Esse grupo pode dar mais do que está dando. A cobrança é natural, o time precisa de apoio quando está mal também. A combinação quando a torcida joga junto é fundamental. Já vi o time do Atlético não apresentar um bom futebol, mas a torcida junto se supera e faz o time conquistar grandes resultados. A torcida contra o time traz pressão. Da mesma maneira que traz energia positiva, na Arena, traz uma responsabilidade para cima de alguns jogadores e muitos não conseguem conviver com isso. Fica mais difícil uma evolução em relação ao que a equipe pode e deve alcançar. Temos que saber conviver com isso e domingo jogaremos de novo na Arena. Se o torcedor não gostar, vai vaiar e criticar. Então precisamos fazer o resultado, mas você tem que entender que o torcedor é passional, ama seu time, quer vê-lo ganhar e dar espetáculo. Está vendo o rival ser elogiado e isso acontece em um campeonato regional onde duas forças com grandes rivalidades disputam o título. Tem que saber conviver, melhorar e trazer o torcedor para o nosso lado. Não adianta ficar bravo ou brigar com o torcedor. Faz parte da profissão que escolheu. E só tem um jeito para isso: vencendo e jogando bem”.
ZAGA
“O time se encaixou melhor com três zagueiros, tivemos menos buracos do que em outros jogos. Ficou um pouco vulnerável porque joguei sem um volante de proteção. Joguei com três zagueiros, o Robston de segundo volante e dois meias, obrigando o Baier a vir ajudar e a se transformar em outro volante. Temos que arrumar um encaixe onde a defesa possa produzir bem mas que não fique tão desprotegida. Se você pega outro time, não menosprezando o Roma, de uma qualidade melhor, você tem dificuldades porque você ficou como um carro sem parachoque, sem proteção eficaz. O Robston tentou, o Baier marcou sofrendo, assim como o Madson, que vieram compor mas não são de marcação. Então às vezes você monta um time dentro da necessidade e precisa se arriscar para buscar a vitória”.
OBJETIVOS
“Nós vamos encarar o campeonato enquanto tivermos chances, mesmo em desvantagem em relação aos concorrentes. Enquanto houver chance matemática tem que batalhar. Temos mais cinco ou seis jogos e pontos a disputar. Como nós tropeçamos, os adversários também podem tropeçar, como hoje aconteceu com o Operário, que estava na nossa frente e agora veio para trás. Temos que fazer a nossa parte também, claro que vamos focar a Copa do Brasil. Acredito que vai passar o Bahia, até porque voltou para a primeira divisão. Se passarmos deles, já vamos para as quartas e temos que encarar de uma maneira séria. Tudo isso vai servir para montar o grupo para o Brasileiro, mas não se trata de laboratório. Temos objetivos ainda no Paranaense, mas os jogadores sabem, aqui jogamos limpo, olho no olho. O que eles me apresentarem no campeonato regional vai servir de montagem e permanência daqueles que merecerem ou necessidade de reforços”.
REFORÇOS
“Em alguns setores precisamos de gente. Tenho só o Diniz, que está alternando boas e más partidas, hoje até fez de razoável para bom, e preciso de mais um experiente na zaga. O resto você vai avaliando, até porque tem jogadores com quem estou trabalhando há pouco tempo. E não é em um ou dois jogos que vou poder analisar, posso acabar cometendo erros e não quero me precipitar antes do final do campeonato. Alguns setores precisamos de reforços já para esse campeonato, como um lateral-direita e um volante, mas não deu, então são coisas que precisarão acontecer independente do que aconteça no regional”.
PRÓXIMA PARTIDA
“Perdi um zagueiro, mas será uma reposição natural. Não gosto de falar sobre isso em cima do jogo. Existe a possibilidade do esquema ser mantido, mas temos a necessidade da vitória. Vou me arriscar mais uma vez e ficar vulnerável, mas estamos jogando com um resultado apenas no campeonato. Não adianta segurar, ainda mais na Arena com a impaciência da torcida. Se eles chegarem lá e virem o time atrás, estamos mortos”.