Parabéns, Curitiba!
Nasci em Curitiba, dez dias após a neve de 1975. Nasci em Família dividida entre o vermelho&preto e o verde&branco. Graças a Deus – e ao timaço campeão de 1982 – optei por aquelas cores. Atlético Paranaense: comoção da minha alma, alegria perpétua, amor para sempre.
Nasci em Curitiba, esta cidade cuja beleza explode em flores pela Rua XV e está no rosto das meninas, sejam elas negras ou polaquinhas. Curitiba – mais do que uma cidade – é um estado de espírito. Curitiba: as quatro estações num só dia e nenhuma delas é verão…
Curitiba que, para os apaixonados por ela, pode ser cantada em prosa e verso e sob os mais variados prismas. Eu, que há 30 anos acompanho o futebol desta cidade, prefiro cantá-la (e contá-la) sob o ângulo da bola e de suas coisas e de seus feitos. E futebol em Curitiba – desculpem-me os atuais paranistas, eles que já foram também pinheirenses e boca-negras, além doutras cores e agremiações – futebol em Curitiba é Atletiba, partida que começou em 1924 e que nunca terá o apito final.
Futebol em Curitiba é Atletiba, esta permanência no tempo, esta instituição cultural de nossa cidade, esta obra que – a exemplo das novelas – sempre tem mais um capítulo no enredo infinito e pleno de emoção.
Se a gente quer homenagear Curitiba, sob a lente do seu mais tradicional esporte, nesta data em que a bela cidade chega aos 318 anos, a gente tem que falar de Atletiba prova inequívoca de que o curitibano tem alma, tem sangue e tem paixão.
O Atletiba, amigos, é permanência e ele acontece dentro e fora dos gramados há 87 anos. E nunca ouviu o apito final e, se Deus quiser, o apito derradeiro nunca trilará para o grande clássico que divide a bela cidade entre o vermelho&preto (cores vivas e quentes) e o verde&branco (tons esmaecidos e anêmicos).
Graças a Deus – e ao timaço campeão de 1982 – optei pelas cores do Furacão. Clube Atlético Paranaense: comoção da minha alma, alegria perpétua, amor para sempre.
E justamente em homenagem a esta Curitiba do Atletiba, pela qual sou absolutamente apaixonado há 35 anos, é que ofereço, nos seus 318 anos de Vida, a historinha que segue e que acontece todo dia em cada esquina da Capital do Paraná (vocês bem sabem que essas historinhas acontecem, pois são delas protagonistas e testemunhas, todos os dias, em cada rua de Curitiba)…
…Ele entrou numa banquinha do Centro.
– Me vê um Marlboro vermelho box e um mini-Bic vermelho, por favor!
– Fica oito e setenta.
– Cobra daqui ó!
Atrás dele entrou um sujeito.
– Me vê um Marlboro verde e um mini-Bic verde! Desconta daqui.
Saíram e foram ler a Tribuna afixada na parede da banca. O Marlboro vermelho aceso com o mini-Bic vermelho. O Marlboro verde aceso com o mini-Bic verde.
Um exclamou: ‘Time de bosta!’
– Tu tá falando de quem?
– Tô falando do Paraná Clube. Por quê?
– Por nada, por nada…
O Atletiba – em todo canto, nas mínimas coisas, a qualquer momento – está sempre prestes a explodir!
P.S.: E como o Atletiba é jogo que acontece em capítulos, há 87 anos, espero que o próximo, a ser disputado na Arena da Baixada, seja vitorioso para nós. Esses últimos 3 anos nos têm sido cruéis. E mesmo que os verdes venham a ser bicampeões desse estadualzinho mixuruca e esvaziado (feito sob medida para eles encherem a prateleira de suas verdes ilusões) uma bela vitória Rubro-Negra lavaria a nossa alma, acabaria com boa parte da atual pose deles e daria gás para o Atlético partir para o que realmente interessa: o Nacional, a Sul-Americana e a conclusão da Arena para a Copa de 2014, ano – aliás – que marcará o Centenário da Baixada. Centenário que, seguramente, será muito mais feliz do que o centenário dos coxas, comemorado POR NÓS no inesquecível ano da graça de 2009.
Como disse, o Atletiba – em todo canto, nas mínimas coisas, a qualquer momento – está sempre prestes a explodir…