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5 abr 2011 - 15h31

Geninho tem razão

Este meu texto não deve ter muitas linhas, pois vou tratar de um assunto muito simples e específico.

Dei toda a razão a Geninho quando ele disse que está difícil jogar na Arena, por causa da pressão da torcida. A vaia durante o jogo ou dirigida especialmente a alguns jogadores é um fator negativo no rendimento do time.

Mais do que vaiar, vemos torcedores esbravejando contra qualquer erro de determinados atletas (alguns são caprichosamente poupados). São manifestações, além de extremadas, também equivocadas; são infelizes, portanto, na forma e no conteúdo.

Michel Bastos foi vaiado na Arena, mas teve um excelente contrato na Europa e ainda foi para a Seleção Brasileira.

Jorge Henrique foi vaiado mas se tornou um dos principais expoentes do Corinthians.

Alecssandro não podia pegar na bola que era apupado, mas foi uma das grandes estrelas do ótimo time do Santos no ano passado, campeão paulista e ainda foi para a Seleção Brasileira Sub-20, sagrando-se campeão sulamericano.

Anderson Aquino era outro que não conseguia tocar na bola em paz e hoje está arrebentando no Coritiba (deve estar louco pra meter um saco de gols no Atlético no estádio onde sempre foi execrado).

Wallyson também não era poupado, mas está mostrando todo o seu futebol no forte e vitorioso Cruzeiro, onde se tornou um jogador importantíssimo para a equipe.

A lista deve ser maior, mas, para terminar, vou lembrar de Wesley, que só parou de ser pressionado nas últimas partidas do Brasileirão de 2009 e depois se tornou o melhor jogador do Santos, num time onde havia Robinho e Neymar.

Ou seja, é horrível que estejamos sendo ‘comandados’ por consumidores de futebol (na consagrada expressão de Petraglia) que não entendem absolutamente nada desse esporte e que vão à Arena para tentar aliviar suas frustrações, descarregando-as nas costas dos atletas.

O jogador perde o tesão de jogar no time onde é vaiado. Por que razão gostaria de continuar sendo agredido?

A diretoria e a comissão técnica, por sua vez, prefere poupar o jogador da possibilidade de ser ‘queimado’ para o futebol, optando por encaminhá-lo a outra agremiação para não perder o seu investimento.

O jogador ‘marcado’ pela torcida não vinga e prefere puxar o carro. Vejam o que já aconteceu com Edilson, Cleber, Wagner Love e outros.

Geninho, em entrevista veiculada, deixou bem claro que não se trata dos Fanáticos, aos quais agradeceu pelo apoio incondicional (não é para isto que existe torcida?), com o que concordo totalmente.

As laranjas podres estão espalhadas esporadicamente por todo o estádio, contaminando os demais torcedores com a sua desagradável amargura.

Vão embora, seus ranhetas, e deixem aqueles que amam o Furacão contaminarem o time de alegria, otimismo e vibração!



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