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26 abr 2011 - 12h11

Crucificaram o Manoel

Após mais uma derrota pra coxarada, crucificamos o Manoel. Não, eu não defenderei o Manoel, eu não acho que o tresloucado gesto que ele cometeu seja justificado, eu não advogo perdão para o zagueiro. Tenho dúvida, apenas, se a condenação está sendo proporcional ao delito praticado. Pois o Manoel – ou Manel, na versão do saudoso Delegado – foi para uma dividida, perto da lateral do gramado, com um saltitante jogador verde. Como de costume, abriu desnecessariamente os braços, tascando um empurrão grosseiro no adversário. Este, numa reação teatral, rolou no chão, gritou, esperneou, chorou até quase desmaiar. Aí veio sua excelência, o árbitro da partida, e não teve dúvida: deu cartão vermelho pro Manoel. Fazia apenas oito minutos que o jogo havia começado. Ficamos em desvantagem numérica e técnica.

A medida disciplinar foi justa? Parece-me que sim. É imprudente, o Manel. Sempre foi, em sua breve carreira. O problema é que o mesmo árbitro, o mesmíssimo Heber Roberto, digo, Evandro Roman, o mesmíssimo senhor que expulsou o Manel foi testemunha ocular, poucos minutos depois, de uma agressão. Um dos atletas do Barcelona das Araucárias, Leandro Donizeti, deu um carrinho violentíssimo em Adaílton. Para o invicto e recordista Leandro Donizeti, porém, a resposta veio sob a forma de um singelo cartão amarelo. Foi justa essa nova medida disciplinar? Parece-me que não. Caso sua excelência utilizasse um único critério, teria expulsado os dois. Talvez tenha ficado constrangido, talvez tenha tido vergonha de colocar pra fora de campo – e quem sabe encaminhar a uma delegacia de polícia – um jogador do time que tem a melhor campanha do País – e quiçá do mundo –, construída, quase toda ela, durante o fortíssimo campeonato paranaense.

Posso estar enganado, mas me lembro de ter visto, na quarta-feira, um atleta do Bahia, o gentil Souza, dar duas cotoveladas, em dois lances distintos, em jogadores nossos. Nada de mal lhe aconteceu. Saiu de campo substituído pelo técnico e professor de auto-ajuda René Simões. Posso estar enganado, ainda, mas minha memória guarda cenas de expulsões de muitos jogadores nossos nos últimos Atletibas, motivadas ou não.

Diante disso tudo, desse histórico manjado, fico a me perguntar: não havia ninguém no clube para orientar os nossos jogadores, dizer-lhes para ter o maior cuidado possível com os desmandos da arbitragem? Não havia ninguém no clube para exigir atenção da nossa defesa, para que não levássemos os gols infantis que levamos? Não existe ninguém no clube para cuidar da cabeça dos nossos jogadores, indicar-lhes um objetivo – pequeno que seja, como ganhar um clássico e nos fazer, a nós, torcedores, um pouco menos amargos, um pouco menos tristes do que estamos agora?

Errou o Manel, e errou feio, mas não foi ele o único a pecar. Outros cometeram e vêm cometendo falhas mais graves. Falhas que desfiguram o nosso clube como instituição, apagam nossas conquistas e matam nossos sonhos. Falhas praticadas por gente que não se preocupa com nada além de grandes e obscuros negócios consumados em gabinetes confortáveis. São executivos engravatados, profissionais liberais de relativo sucesso e currículo medíocre. O Manel não é nada disso. Trata-se de um imprudente, apenas. Recuso-me, por isso, a colocar mais peso e pregos na cruz que lhe foi dada a carregar no domingo.



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