Deixamos de ser o nº 1
Nasci atleticano, mas comecei a acompanhar de perto o Rubro-Negro no início dos anos 80, aos 10 anos de idade.
Muito se fala neste espaço que o Atlético daquela época era fraco e miserável, que era acostumado a perder.
Permitam-me discordar de tamanho equívoco. Concordo que não tínhamos projeção nacional e que pelo histórico os ervilhas eram a primeira força no Estado, mas nos certames locais não passávamos humilhação perante os xoxas.
Nas décadas de 80 e 90, decidimos o título estadual de mano com os ervilhas em 4 oportunidades (1983, 1990, 1998 e 2000), todas, repito, TODAS vencidas pelo Furacão.
O novo século parecia promissor ao nosso Rubro-Negro, pois além da hegemonia local o Furacão se preparava para alçar vôos mais altos. Definitivamente tinha ultrapassado o arquirival e se tornado o número 1 do Estado e se inserido entre os grandes do país.
Lamentavelmente alguma engrenagem quebrou em 2006 e de lá para cá estamos acumulando fracassos e humilhações diante dos xoxas. Infelizmente não estamos mais demonstrando o brilhantismo de outrora, de modo que só cabe admitir que nossa hegemonia local foi para o espaço e voltamos a ficar atrás deste a quem rogamos todas as pragas da face da Terra.
Nosso estádio não ferve mais e não imPRESSIONA mais os adversários, nosso plano de associados deixou de ser o maior (eles já nos ultrapassaram em quantidade de sócios), nossa estrutura administrativa e patrimonial já não são mais aclamados aos 4 cantos pela imprensa nacional.
Percebem como nos apequenamos? O ATLÉTICO (que não pode mais ser chamado de Furacão) SE TRANSFORMOU NUM CLUBE DE 2ª CATEGORIA, APÁTICO, SEM BRILHO, SEM DESTAQUE, uma espécie de ‘Sport Recife da vida’.
Não, meus caros, não estou superdimensionando a tragédia de ontem. Isso é um fato, perdemos terreno diante dos xoxas, e estamos perdendo torcida. Ou será que a nova safra gosta de torcer para um ‘eterno’ perdedor. Sim, pois quem acompanha o Atlético há 5 anos já deve estar cansado de apanhar dos ervilhas e vai acabar desistindo de ser atleticano.
Nas últimas eleições votei contra o coronel (e obviamente contra a chapa encabeçada por Molecelli). Queria mudança, sabia que o MM seria uma continuidade dos últimos 3 anos do MCP.
Estou começando a achar que só o coronel mesmo para reverter novamente o processo de queda do Atlético e fazer a nave voltar à trajetória vencedora que ele mesmo havia projetado.
Alguma coisa tem que ser feita, e rápido, antes que essa retomada dos ervilhas se consolide e nós voltemos a aceitar a ser o número 2.