29 abr 2011 - 21h40

Atlético e governo tentam reduzir custos de obras

Atlético-PR, prefeitura de Curitiba e governo do Paraná tentam reduzir os custos das obras na Arena da Baixada, um dos 12 estádios previstos para receber jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O valor, inicialmente estimado em R$ 135 milhões, subiu para R$ 175 milhões. O motivo alegado seria o aumento do material de construção e a inclusão de novas exigências da Fifa no caderno de encargos.

A diferença de R$ 40 milhões provocou uma cisão entre os três envolvidos, que ainda não chegaram a um acordo sobre quem deve pagar. O presidente do Atlético-PR, Marcos Malucelli, foi o primeiro a afirmar que o clube não tem condições de arcar com um terço do novo valor, mesmo com a declaração do gestor da Copa, Luiz de Carvalho, de que o Furacão terá que pagar a sua parte.

Com a negativa, governo do Estado e Prefeitura tentam achar formas de poder financiar as obras. O secretário especial para Assuntos da Copa, Mario Celso Cunha, defende a não participação do Atlético-PR e admite que é “um exercício de futurologia” saber de onde o dinheiro pode vir. “O Atlético já investiu cerca de 18 milhões (de reais), já pagou os projetos. Então, a diretoria entende que não deve mais participar de rateio financeiro. Governo do Estado e Prefeitura, em comum acordo, estão buscando alternativas”, disse.

Sem conseguir determinar de onde virá o dinheiro, uma solução apontada é negociar com a Fifa a redução de algumas exigências que foram incluídas e deixar menor o preço da Arena.

Atlético-PR e governo conversam com a entidade para, por exemplo, não precisar trocar as cadeiras fixas por retráteis. Além disso, a instalação de aparelhos de ar-condicionado em vários setores não programados, como nos corredores do estádio, também será discutida.

Outros pedidos, conforme o engenheiro Flávio Vaz Teixeira, responsável pelos projetos da Arena, são a troca da cobertura do estádio e a instalação de um prédio de imprensa dentro do estádio (inicialmente previsto para fora). “Nós realmente temos que mudar a cobertura, até porque é uma em fim da vida útil. Ainda estamos discutindo com a Fifa para ver se há a necessidade das cadeiras. São itens que estamos tentando discutir para diminuir os custos o máximo possível”, afirmou Teixeira.

Outra preocupação, que se torna maior a cada dia que passa, é o início das obras. Conforme Teixeira, em relação aos projetos já é possível dar início ao processo, mas sem saber de onde o dinheiro virá, os envolvidos também não conseguem afirmar quando a licitação será publicada. “Depende muito do Atlético Paranaense e dessa negociação que estamos fazendo. Eu diria que está dentro do prazo, porque até junho ou julho, no máximo, tem tempo para concluir o estádio dentro dos prazos legais para a Copa das Confederações”, explicou Cunha.

Todas as obras para a Arena da Baixada devem estar prontas para a competição que servirá com um teste para a Copa do Mundo no Brasil. Teixeira destaca que o estacionamento deverá ficar pronto apenas para o Mundial de 2014.

Novas alterações

Além das mudanças que a Fifa já pediu, outras podem ser necessárias. Segundo o engenheiro, devem ser solicitadas alterações no projeto até meses antes da Copa do Mundo, que começa em junho de 2014. “Eu acredito ainda que haverá alterações até as vésperas da Copa. O projeto da área destinada à hospitalidade, onde fica o pessoal de relacionamento da Fifa, não nos foi passado ainda. Tem ainda uma atualização em termos de tecnologia, que é uma área muito dinâmica. Um computador top de linha hoje já não é mais daqui a seis meses”.



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