A incompetência tornou-se via-de-regra
O caso Everton confirma todos os argumentos pessimistas envolvendo nosso departamento de futebol e consequentemente diretoria. O Clube Atlético Paranaense está sendo comandado por pessoas que não tem pulso firme e, pior do que isso, apresentam falta de vontade e conformismo. Demonstram incompetência na negociação, conseguem perder um reforço certo por economia injustificável de recursos. Pior do que isso, a disputa foi perdida para o rival, um clube inferior economicamente, com dívidas numerosas e financiado por empresários. Inaceitável. As críticas a diretoria tornaram-se tão numerosas a todos os atleticanos que tudo isso chegou a ficar monótono e irritante. Só que não dá pra ignorar o erro e ser complacente com o absurdo, calar-se não é algo normal a quem tem a alma rubro-negra.
É notável que o Atlético não tem condições de fazer contratações de grande nome como a dos times do eixo, mas é inegável que nossa situação econômica é mais confortável que a do Coritiba. O rival, mesmo que na mão de empresários, consegue fazer contratações de maior qualidade do que a nossa. Bem que eu queria que essa crítica fosse somente pela rivalidade, mas não é. O ponto crítico do Atlético é ter um elenco mais capacitado para disputar um Brasileirão, posso estar queimando a língua só que não vejo esforço nenhum da diretoria nesse sentido. Mesmo que o Adilson seja competente, um dos melhores técnicos que o Atlético já teve atualmente, é difícil acreditar que esses nomes cogitados como reforços(goleiro pé-frio, volante refugo e atacante furtado pelos verdes) tenham passado por um aval do técnico, o que parece é que passaram ao Pézão uma lista na qual ele teve que escolher os menos piores.
A insistência no erro tornou-se tarefa rotineira dentro da Instituição. O excelente diretor de futebol faz desde sempre apostas das quais sabemos que o resultado será desastroso. O Atlético beira o caos, cogitou-se a saída de OB do Atlético, posteriormente isso foi negado. Reformulações são cogitadas pela imprensa de tempo em tempo, que enxerga com prazer qualquer crise atleticana. Quando a casa está mal arrumada é óbvio que os resultados não vão sair. E a espera do final de ano para eleição presidencial é uma tarefa masoquista ao atleticano, que vai apelando para todos os santos uma salvação e que toda essa incompetência não gere algo pior: aquilo que os coxas tanto gostam que aconteça com eles. O pessimismo é a realidade. A incompetência tomou uma proporção em que nos acostumamos com o ruim. Muitos se acostumaram tanto que rebatem críticas, falam que quem corneta a diretoria age contra o Atlético. Chega a ser triste.
Nem ao menos um esforço amplo em continuar com a Copa do Mundo na Baixada é feito. Não entendo o desdém que parece ser praticado com a maior competição do mundo em território rubro-negro. Se o dinheiro não existe que pelo menos exista a força de vontade e o otimismo. A exposição dos problemas nossos para todos enfraquece o clube. Uma potência não é feita sendo totalmente transparente, com respeito cego aos adversários e com ingenuidade com a imprensa. É necessário ser um pouco ruim, convencido e chato para comandar um clube do tamanho do Atlético. Mesclar o bom moço com o diabo interno, exorcizar demônios, ser beatificado na Baixada e odiado no Couto Pereira.