Análises táticas de Atlético e Vasco
Rumo à Libertadores 2012! O mote que tem ocupado a mente e o coração dos atleticanos deve, agora, ser traduzido em raça, gols e resultado. Para isso, teremos que passar pela reestruturada, embora ainda combalida, equipe cruz maltina.
A caminhada do Vasco do ano passado para cá lembra um pouco a nossa: jogadores que vem e vão, desacertos entre diretoria e torcida, troca constante de treinadores. Agora, no entanto, o time parece ter adquirido um certo padrão tático e técnico com a chegada de Ricardo Gomes e os consequentes reforços. A recém-anunciada contratação de Juninho Pernambucano, sem ações de marketing e com salário mínimo, parece ter injetado ânimo no elenco do clube.
Confira abaixo a análise tática do time da Colina:
Time base e sistema de jogo do Vasco:
O time base do Vasco deve ser o mesmo que jogou contra o Flamengo: Fernando Prass, Allan, Dedé, Anderson Martins, Ramon, Fellipe Bastos, Romulo, Felipe, Diego Souza, Eder Luis e Alecsandro. Uma das alterações possíveis seria a entrada de Bernardo no lugar de Diego Souza. Dos últimos jogos, apenas Felipe está atravessando um grande momento. É, no entanto, carta marcada pelo flanco esquerdo do campo e deverá ser vigiado de perto para ser devidamente anulado. O sistema de jogo é o bom e velho 4-4-2 clássico: dois zagueiros, dois laterais, dois homens de contenção (um com saída de bola), dois meias abertos, um atacante velocista e um centroavante. Nenhuma novidade. Todas as probabilidades nos levam a pensar que jogarão fechados aqui em Curitiba. Certamente, terão interesse em usar contra-golpes rápidos pelos flancos e passe de bola curto.
Outra opção para Gomes, a menos provável, mas que já foi utilizada, é jogar no 4-2-3-1. Nesse caso, os volantes ficam plantados, a saída de bola acontece pelas laterais, Felipe torna-se o pilar central do time, Diego Souza e Bernardo jogam como velocistas rumo à meta adversária e apenas um homem, Eder ou Alecsandro, ocupa o setor ofensivo.
A defesa atleticana deve estar atenta aos movimentos de Alecsandro. Embora vaiado constantemente pela torcida do Inter, seu ex-clube, o centroavante vascaíno é oportunista, geralmente está bem posicionado e tem um jogo aéreo razoável. Como nossos beques mostraram desorientação nesse quesito, a movimentação durante escanteios e chuveirinhos deve ser exata.
Atlético, sistema de jogo:
Se Adilson adotar o atual sistema com três volantes, o Atlético pode ter maior volume de jogo na meia cancha. No entanto, a equipe precisaria trabalhar na contenção de bola e muita paciência. Subidas desesperadas, ligações diretas e passes longos podem representar um problema defensivo e, eventualmente, uma ineficácia ofensiva. Caso optemos por jogar com dois volantes e dois meios ofensivos, o time pode focar em jogadas agudas pelo flanco direito com Guerrón, Rômulo e Branquinho, tendo em vista que Felipe marca pouco.
O Rubro-Negro ainda pode utilizar um atacante fixo – Nieto, nesse caso. No entanto, o sistema com Adaílton e Guerrón pode ser ideal para que o time tenha marcação na saída de bola vascaína, penetração lateral e mobilidade. Logicamente, qualquer outro resultado que não uma vitória expressiva, dois gols ou mais, será ruim. Contudo, é importante jogarmos com o regulamento e, de forma nenhuma, tomarmos gol em nossa casa.
Copa do Brasil: A estratégia
A Copa do Brasil tem um modo muito peculiar de ser jogada. À parte os sistemas de jogo, que podem se tornar óbvios e previsíveis, é necessário o time atleticano ter em mente algumas coisas importantes, tais como:
– aprender a controlar os ânimos, segurar a bola e catimbar. O tradicional ir para cima e atropelar dificilmente funcionará na casa do adversário;
– o Vasco vem para o jogo, assim como nós, marcado pela derrota no campeonato estadual. A contenda será acirrada, disputada e vencida em seus detalhes. Não podemos dar margem para o azar;
– a arbitragem: precisamos evitar esbarrar em jogadores vascaínos dentro da pequena área, não abrir os braços em demasia, não esboçar violência ou irritação. A equipe atleticana já foi prejudicada pelo árbitro Wilton Sampaio em 2009, contra o São Paulo e, ainda por cima, CBF e redes transmissoras de televisão não esboçam interesse em ver, por exemplo, uma final de times paranaenses na Copa do Brasil.
Assim, a épica peleja dessa quarta-feira convoca toda nação atleticana! Vamos fazer valer nosso mando de campo, nossa tradição e nossa camisa.
Teremos que lutar contra o adversário, contra o apito e, muitas vezes, contra nosso próprio descontrole emocional.
Confiança e controle de bola nos levarão ao triunfo!
Reportagem: Alexandre Sugamosto