Quando o mal não vem para o bem
O que se pode tirar de positivo em perder é consertar os erros, aprender e seguir em frente, não cometendo mais os mesmos deslizes. No Atlético atual não existe aprendizado com a falha, existe insistência no erro. As derrotas nos tornaram amargos a ponto de não acreditar em solução nenhuma, muitos atleticanos se locomovem até a Baixada com o intuito de vaiar o time já no primeiro tempo. O mal torcedor não é necessariamente o de idade menor, há esse vírus de rancor espalhado nas arquibancadas da Baixada que atinge idosos, adolescentes, mulheres e todos os tipos de torcedor. Parte do vírus transmitido por atitudes incompetentes do presidente e diretoria, outra parte advinda do comodismo em torcer, da exigência de resultados sem pensar na história do clube: nossos ancestrais atleticanos amarguraram coisas piores.
É bem verdade que quem nós amamos não está imune de críticas. Do ponto de vista futebolístico as críticas construtivas são necessárias, pitacos nas escalações equivocadas com tantos volantes e poucos atacantes fazem parte do nosso espírito de torcedor. Queremos ver o nosso amor no topo, nos orgulhando. Só que as críticas levianas incomodam, podem prejudicar e muito toda uma relação que constrói o Atlético: torcida jogando com o time. Queimar jogadores é prática rotineira ao Atlético, não há paciência, há mão forte e ausência de soluções, ou então soluções que fogem a nossa realidade. Criticar a diretoria e o nosso excelentíssimo presidente já não é nem mais crítica construtiva, é simplesmente via-de-regra para todo o atleticano preocupado com o presente e futuro do seu time.
Pedir a saída de Adilson Batista é algo errado, o técnico pode estar errando do ponto de vista tático, só que é inegável que o Pezão sabe montar um time para conquistar pontos no Campeonato Brasileiro. A chegada de reforços juntamente com uma limpeza na parte do elenco rebelde sem causa vai mudar a nossa realidade. Toda a paciência tem limite, só que Adilson Batista merece uma maximização da paciência ausente do atleticano, ele tem sim crédito por ser um excelente treinador e pela sua história no Atlético Paranaense.
Há hoje no Atlético uma mão fraca comandando o clube, não se exige, não se cobra, não há identificação por parte de alguns jogadores com o clube, falta empenho em campo. A raça nas quatro linhas supera muitas vezes aspectos técnicos. Nosso time não é ruim no papel. Empenho e reforços mudam a imagem do time, exigir é necessário e no momento não há técnico mais capacitado para isso do que Adilson Batista. Tem gente fazendo corpo mole para prejudicar o técnico, quem faz isso prejudica também a Instituição e a torcida e não merece vestir o manto rubro-negro. Não há desculpa pra não jogar afinal no Atlético Paranaense o jogador ganha bem e em dia, conta com uma estrutura extremamente moderna em Centro de Treinamento e Estádio.
Clubes são vitoriosos com uma mão forte no comando, tanto dentro de campo quanto fora. Nas quatro linhas eu coloco minha mão no fogo por Adilson Batista, fora de campo deixo a mão congelando no frio de Curitiba. Que as coisas mudem, no time, na presidência e também na torcida. Que minha mão não carbonize.