Teimosia e invenções
O futebol se faz com coerência, já diriam alguns. É um arroz com feijão um pouco temperado. Pois bem, Adilson Batista, longe de ser aquele treinador lúcido e inteligente que vislumbrávamos, está se mostrando teimoso e pretensioso.
Não existe explicação lógica no trabalho dele até agora. Adilson está limitando de maneira colossal a capacidade do time. Vejamos a realidade: não temos um elenco ruim, muito pelo contrário. Eu enxergo possibilidades que antes não tínhamos, restando apenas deixar que a coerência tome lugar central na escalação do Furacão.
Qual foi, por exemplo, a lógica de se trocar o goleiro no último jogo (contra o Grêmio)? Só se explicaria se o novo goleiro fosse realmente uma unanimidade, coisa que está longe de ser (o desconhecido Márcio veio do rebaixado Grêmio Prudente). Paulo Baier, apesar de todos os créditos e ressalvas que tenhamos que fazer com ele, não está, definitivamente, num momento sequer razoável, e faz tempo.
Temos um lateral direito que há muito não víamos: rápido, driblador, raçudo. Deivid se firma cada vez mais com antecipações, coberturas e marcações individuais intensas. Boto fé no Fabrício para formar dupla de zaga com o Manoel. Cléber Santana vai encaixar (outra que eu não entendi. Adilson tirou ele do time nos dois jogos, e ele estava bem). A meia cancha não deve ser formada por Paulo Baier e Branquinho, mas sim por Branquinho e Héverton, com Madson como primeira opção. Adaílton e Nieto na frente.
Não há surpresas, é a pura lógica. Na lateral esquerda, Marcelo Oliveira pode muito bem entrar no lugar do irregular Paulinho, que se ano passado jogou muito bem, esse ano está devendo.
Sei que é impossível esse time entrar em campo, porque Paulo Baier e Guerrón parecem intocáveis. Não podem ser. Merecem ir pro banco faz tempo. Aliás, tomara que Guerrón seja vendido ao CSKA.
É doentio; É ridículo o que o Atlético faz todo início de Brasileiro. Esses pontos fazem uma falta enorme lá na frente, como fizeram ano passado. Espero que o Adilson mude de mentalidade, caso contrário perderemos mais um ano (que encaminha-se para isso). São coisas que acontecem no Atlético e são inexplicáveis. Não aprendem, não tentam fazer diferente, insistem nos mesmos erros. A torcida não aguenta mais.
Um arremate: dispensamos um zagueiro de grande qualidade. Podem ter se esquecido de defendê-lo, mas Dalton, quando jogou, não perdeu uma dividida, estava sempre bem posicionado e foi retirado do time repentinamente para a entrada do inseguro Rafael Santos. Enquanto isso, Paulo Baier e Guerrón pode jogar mal a vontade, porque são, afinal, imexíveis. Falta coragem, e talvez até um pouco de inteligência.