Que triste. Olha só no que isso se transformou. Numa semana o destaque é o bonequinho do Paulo Baier, na outra é a mudança da cor do calção… e na semana que vem o que será? Vão mudar a iluminação da fachada da Arena? Quem sabe vão criar um ambiente temático planejado com as cores do Furacão pra expor na Casa Cor? Ou será que o bom velhinho do Atlético que adora agradar outros clubes como Coritiba e São Paulo vai mimar mais alguém? Toda semana uma nova desculpa pra nos enrolar e adiar o que interessa. Nós queremos futebol e não futilidade.

Aqui nesse espaço expomos nossas dores e nos sentimos limitados. Domingo, durante o jogo, eu olhava para as torcidas organizadas. Uma delas cantava: “Vamos correr, vamos suar, senão o bicho vai pegar” alternando com uma outra musiquinha que diz que vai quebrar terminal ou coisa parecida… O que pra mim não é muito diferente de vaiar jogador, tem o mesmo efeito: piora. Enquanto isso a outra torcida batucava ensandecida e desconexa. E o Caldeirão de outrora cada vez mais com cara de frigideira.

Então eu me perguntei: “Pra que serve uma torcida organizada”?

Já vi a torcida rezando o Pai Nosso e achei lindo, já vi gritar os nomes de todos os jogadores e cantar bonito e entrei no coro, mas ultimamente, quando o Atlético mais precisa, não é isso que se vê. As organizadas têm o poder de mobilizar o estádio todo quando querem mas andam apáticas, brigam entre si. Domingo passado em alguns momentos o estádio silenciava assustadoramente, ouvia-se apenas as vaias dos falsos torcedores. Mas não é a atitude de dentro do estádio que mais preocupa, é a falta de atitude fora.

Você que lê essa coluna nesse momento, me ajude a entender. Cantar dizendo que vai “descer o pau” resolve? Cantar que o “bicho vai pegar” resolve? Ter o poder de puxar o estádio todo em coro e calar resolve? Dizer que está do lado do Atlético e assistir passivamente a tudo que vem acontecendo resolve? Não tomar partido em nome do Atlético resolve?

Meu caro, você que está aí e eu aqui, cada um de nós sozinho e desarticulado não muda a situação do Atlético. A menos que façamos uma novena. Já me fiz várias vezes a pergunta: “Como posso ajudar o Atlético a sair dessa?” e não consigo achar resposta.

As torcidas que se dizem organizadas têm mais poder que nós e não estão fazendo nada. Mas elas devem achar o bom velhinho bom mesmo. Senão já teriam começado uma revolução e junto com elas, nós todos entraríamos no coro.