Não adianta reclamar da diretoria, do treinador, dos jogadores! Temos hoje um clube sem alma e o problema deve ser interno, desde a época do ditador.

Quantos aqui já não tiveram vontade de sumir do trabalho porque o ambiente está carregado? Ou o chefe é um boçal? Ou pior: quantos aqui não fazem piadas do próprio chefe por ser um banana? E vendo a zona que está a empresa não se esforçam o mínimo?

Pode ser antiprofissional! Concordo plenamente. Mas muitos de nós ja passaram por isso alguma vez na vida, seja por insatisfação, ou por não ter encontrado o trabalho dos sonhos. Entretanto em nenhum momento deixaram de ser bons advogados, administradores, psicologos, médicos, etc.. Talvez não sentiram naquele momento motivação para desempenhar o melhor de suas profissões.

Porém tem aquele cara limitado, mas que dá a vida, dá o sangue pela empresa. Adaptando o exemplo da visão empresarial ao futebol, tem time faz ‘brotar’ vontade da onde não se tira mais nada. Grossura e tesão têm sobrando. Se não vai na tecnica vai na raça, no balão pro mato, no carrinho, na força. E nem precisa ser desleal.

Não sei se isso tem relação com ambiente interno dos clubes, com a história, com união de grupo, com identidade, ideais ou sei la com o que for. Só sei que raça e vontade dificilmente envolvem o talento conjuntamente! É raro caminharem juntos, sendo bem mais comum um time limitado ser aguerrido.

Pois este é o caso do Peñarol. Tudo bem que passou as finais da Copa Libertadores por um pecado capital na penalidade perdida pelo adversário. Naquela altura dos acontecimentos, o 3 a 1 do Velez seria fatal ao carboneros. Porém sinto falta de um time como o Penarol. Sinto falta do Penarol de 2005, pois nosso Furacão foi naquele ano o Penarol rubro-negro: eramos limitadissimos mas sobrava vontade, dedicação, raça!

Hoje vemos um bando de moças em campo! Queria, em 2011, 15% da vontade uruguaia!