Quase sempre, ao retornar do trabalho para casa, passo em frente a uma loja que vende toalhas de times de futebol. Já faz algum tempo que quando passo, observo as toalhas que estão expostas na vitrine, alteradas conforme o momento esportivo. Nas semanas de clássicos do Paranaense lá estavam as toalhas dos times que disputariam a partida. Quando apareceram os vencedores dos campeonatos paranaense, paulista, carioca e gaúcho as suas toalhas foram expostas na vitrine, o mesmo acontecendo pela ocasião de alguns jogos de clubes brasileiros na Libertadores.

Na última quarta-feira, quando passei em frente à loja, reparei que lá estavam as toalhas do Vasco e do Coritiba, uma ao lado da outra, como já era de se esperar. Na quinta, dia seguinte, quando já havia um campeão da Copa do Brasil, não pude deixar de olhar para ver a toalha da vitrine mesmo imaginando qual estaria lá . E sabe qual toalha estava lá?! A do “vaixco”?! Não. A do Clube Atlético Paranaense. Só ela. Bem no meio da vitrine.

O motivo pra isso pode ser qualquer coincidência. Mas isso me fez pensar uma coisa. Todos nós estávamos numa ansiedade grande com a possibilidade dos ervilhas conquistarem a Copa do Brasil. É hipocrisia dizer que não estávamos nem ligando porque estávamos sim, sabíamos da pressão que sofreríamos se eles conseguissem, da chacota que seríamos, de ter que ficar vendo o tempo todo a turma do pinga-mijo na mídia. Eles ganhariam holofotes nacionais enquanto estamos em crise.

E agora nós sentimos serenidade. Uma sensação boa de respirar sem o coração apertado. A nação rubro-negra acordou feliz e aliviada quando o sol não brilhou nesta quinta-feira chuvosa. Pode parecer sarcasmo mas isso gerou uma energia boa que há tempos não sentíamos. É lógico que preferimos nos alegrar com o nosso Atlético a comemorar a desgraça alheia, mas essa energia boa que estamos gerando pelo alívio que estamos sentindo pode fazer diferença no próximo domingo se conseguirmos transmiti-la pras quatro linhas.

O nosso alívio e a nossa tranquilidade podem ajudar a impedir que na segunda-feira a toalha da vitrine seja a do Flamengo.