4 jul 2011 - 17h28

Renato tinha excelente relacionamento com a imprensa gaúcha

O novo técnico do Atlético, Renato Gaúcho, é um sujeito de personalidade forte. Irreverente, não deixa de dizer o que pensa. Por isso, muitas vezes foi vítima de críticas e entrou em rota de conflito com a imprensa. Mas na sua última passagem pelo Grêmio conquistou um relacionamento considerado excelente pelos próprios repórteres.

O último treinador do Atlético que desfrutava de prestígio com a imprensa era Geninho, bem quisto pelos setoristas e comentaristas. Mesmo assim, desgastou-se bastante na sua última passagem e já não era mais unanimidade. Adilson Batista, o último treinador, tinha sabidamente uma relação de atritos, principalmente com aqueles que cobrem o dia a dia do clube. Não eram incomuns as respostas atravessadas ou irônicas às perguntas, o que deixava o ambiente tenso.

Apesar de algumas vezes soar agressivo, Renato Gaúcho tem um perfil diferente. Faz o estilo engraçado, procurando fazer piadas e manter um ambiente mais leve. Em sua passagem pelo Grêmio, ele deu sinais de ter compreendido a importância do relacionamento com os repórteres que cobrem o clube no dia a dia para a estabilidade no cargo.

O assunto rendeu até reportagem do site GloboEsporte. Confira o relato de como era a relação de Renato Gaúcho com a imprensa, no texto do jornalista Eduardo Cecconi:

Renato Gaúcho contraria a lógica e se diverte nas entrevistas coletivas

Sobram exemplos de técnicos pouco afeitos ao convívio com profissionais de imprensa. Quase todos os dias é possível encontrar nas notícias esportivas alguma resposta atravessada, discussão, ironia, deboche ou rusga declarada entre um treinador e jornalistas, em qualquer país onde o futebol e a cobertura diária sejam fortes.

Renato Gaúcho contraria esta lógica. Concede com prazer duas entrevistas coletivas semanais, nas terças e nas sextas-feiras, além das obrigatórias conversas após os jogos.

O técnico do Grêmio não estabelece nenhum limite de tempo, não foge das perguntas e costuma permanecer na sala de conferências do Estádio Olímpico após o término da série de questionamentos.

Desligam-se os microfones, mas Renato Gaúcho permanece disposto à “resenha”, como os profissionais do futebol chamam as conversas descontraídas. O rosto não consegue disfarçar a expressão de quem está ansioso pelas piadas. E ele sempre escolhe algum repórter para estabelecer a provocação do dia.

Para Renato Gaúcho, o contato com os repórteres não é uma obrigação profissional. Ele realmente gosta das entrevistas.

– Eu gosto desse momento. Tenho prazer nas entrevistas mesmo. O que eu mais gosto é de sacanear vocês (risos). Temos uma convivência saudável, conversamos duas ou três vezes por semana, respondo a todas as perguntas, brinco, conversamos em alto nível – afirmou.

Segundo Renato, entretanto, o bom tratamento recíproco entre Renato Gaúcho e os jornalistas não pode servir de motivo para arrefecer qualquer ímpeto crítico. Ele pediu aos jornalistas que saibam separar os momentos descontraídos daqueles em que uma opinião contrária às decisões do treinador seja necessária.

– Isso não quer dizer que vocês precisem me aliviar. Não faço isso para escapar das críticas – explicou, para completar: – Estou sujeito aos elogios e às críticas. Não é porque estou aqui um tempo maior conversando com vocês que vou querer que vocês me aliviem. Pelo contrário. Aí vocês não estariam sendo amigos. Eu quero receber as críticas construtivas.

Além das coletivas, Renato Gaúcho também procura os repórteres para as resenhas no pátio do Estádio Olímpico, antes dos treinos. Conversa por alguns minutos, sempre sobre amenidades, como sua resistência ao frio gaúcho, ou algum causo do passado. Nesta semana, invadiu a sala de imprensa de surpresa, para provocar e dar risadas.

Na tarde desta sexta-feira, a conversa de Renato com os repórteres durou mais de 40 minutos. E só foi interrompida porque o ônibus que levaria a delegação ao hotel destinado à concentração do grupo já o aguardava. Não fosse a urgência, Renato permaneceria contando histórias divertidas, provocando repórteres e defendendo-se de piadas e provocações também dirigidas a ele.

– O Seu Verardi disse que, a partir desse minuto, já está contando o tempo para a caixinha – afirmou o assessor de imprensa Vitor Rodriguez, alertando com bom humor a Renato que o supervisor Antônio Carlos Verardi aplicaria uma multa ao treinador em caso de atraso na saída do ônibus.



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