Conselho Deliberativo aprova proposta de Petraglia
O Conselho Deliberativo do Atlético reuniu-se nesta segunda-feira para deliberar sobre a reforma da Arena da Baixada visando a adequação do estádio para a Copa do Mundo de 2014.
Três propostas foram apresentadas, e, ao final das discussões, o conselheiro teve a opção por aprovar algumas delas ou se abster.
Ao final, foram computados 181 votos: 119 para a proposta apresentada por Mario Celso Petraglia, 35 para a da Construtora OAS e 27 abstenções. A proposta da Construtora Triunfo não recebeu voto.
Triunfo
A proposta da empreiteira Triunfo foi a mais simples tecnicamente. Sugerindo um mero contrato por administração, a construtora apresentou o preço estimado para tocar a obra (em torno de R$ 190 milhões de reais), exigindo como contra-partida uma taxa de administração de 5%, incidente sobre o valor total envolvido. Toda a responsabilidade pela obtenção dos recursos necessários seria do Atlético, que deveria, por sua conta, negociar os títulos de potencial construtivo emitidos pela Prefeitura Municipal de Curitiba. A proposta não agradou ao Conselho, e não recebeu nenhum voto.
OAS
A empreiteira baiana OAS, que já está contratada para realizar a obra do novo estádio do Grêmio-RS, apresentou uma proposta de parceria ao Atlético, envolvendo a exploração conjunta do estádio. Neste sentido, todas as despesas e receitas (incluindo bilheteria e mensalidades de associados) relativas à Arena seriam divididas em partes iguais. Além disso, a OAS pagaria uma taxa ao Atlético na faixa de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) por ano, calculados com base na média de receitas líquidas verificadas nos últimos quatro anos.
O diferencial da proposta da OAS com relação à da Triunfo é que o Atlético assumiria a responsabilidade de aportar apenas R$ 28.000.000,00 (vinte e oito milhões de reais) em espécie para a construtora, que receberia ainda os títulos de potencial construtivo para negociar por conta própria. A empreiteira constituiria uma sociedade de propósito específico para a gestão das atividades do estádio, na qual o Atlético teria participação efetiva no Conselho de Administração.
A proposta foi votada por 35 dos conselheiros presentes.
Mário Celso Petraglia
Após a exposição das empreiteiras, o ex-Presidente Mário Celso Petraglia apresentou sua alternativa, a que denominou auto-gestão da obra. A proposta envolve, inicialmente, a instituição de uma comissão de conselheiros para negociar os assuntos relativos à reforma do estádio. Haverá, igualmente, a constituição de uma sociedade de propósito específico (SPE), tendo o Clube como sócio em 99,9% das cotas e 0,1% sob a titularidade de pessoas físicas conselheiros do Atlético. Esta SPE será responsável por tudo que envolve a administração e gestão da obra, tanto no que se refere à contratação dos serviços quanto à negociação dos títulos de potencial construtivo.
A SPE será responsável também pela obtenção do financiamento do valor da obra, que, segundo o ex-Presidente, será feito via FDE Fundo para o Desenvolvimento do Estado (Agência de Fomento) , que receberá os títulos de potencial construtivo como garantia. Houve intensa discussão entre os conselheiros quanto à viabilidade da aceitação dos títulos por parte do FDE, prevalecendo, ao final, a palavra de Petraglia de que a possibilidade existe, e que o patrimônio do Clube não seria comprometido.
A proposta contou com a manifestação favorável de 119 conselheiros, vencendo a votação com folga.
Próximos passos
O Conselho de Administração do Atlético deverá reunir-se nos próximos dias para estabelecer o cronograma a ser seguido. De todo modo, os próximos passos devem envolver a constituição da sociedade de propósito específico para a administração das obras, que seriam iniciadas quando o FDE liberar a primeira parte dos recursos a serem financiados.