Renato: “Não tem que inventar. Tem que matar o jogo”
“A bola pune”. Esta foi a frase mais repetida pelo técnico Renato Gaúcho, em coletiva à imprensa após a derrota por 2 a 1 para o Ceará, nesta quinta-feira. A opinião do treinador atleticano reflete bem o péssimo resultado fora de casa, deixando ainda mais difícil a situação da equipe no Campeonato Brasileiro, onde amarga a lanterna da competição. Vencendo até os 38 minutos do segundo tempo, o time perdeu o zagueiro Gustavo, expulso, e ainda sofreu a virada no placar, saindo mais uma vez derrotado de campo.
Mesmo com o revés, Renato Gaúcho elogiou a atuação da equipe, classificada como “digna” e a “melhor sob seu comando”, mas criticou a displicência do grupo, que desperdiçou claras oportunidades de ampliar o placar. “As melhores oportunidades foram nossas e não aproveitamos”.
Acompanhe abaixo a coletiva de Renato Gaúcho:
O JOGO
“A bola pune. A cada jogo o Atlético vem crescendo e jogando bem, a equipe hoje se apresentou ainda melhor, mas em alguns momentos ficamos com peninha (sic) do adversário, de matar o jogo. Então o futebol pune, infelizmente, porque tiveram uma atuação digna, jogaram bem, mas no futebol tem essa história, o importante é o resultado, perdemos um jogo que, com todo o respeito ao Ceará, podíamos ter saído com os três pontos”.
ERROS
“Achei que a equipe cometeu poucos erros. Sofremos pressão quando perdemos o Gustavo, algo normal, mas a equipe estava bem, teve a chance de matar o jogo. Não vou criticar A, B ou C ou falar que a equipe não merecia a vitória. Cobro deles, estou junto, mas é difícil. Tivemos pelo menos três situações claríssimas, onde você não tem que ter pena do adversário. Estoura a cara do goleiro, chuta a bola no gol. Fomos um pouco displicentes e repito, a bola pune. Não podemos reclamar, estou triste, a equipe apresentou melhora em todos os sentidos, mas na situação em que estamos, não podemos chegar na frente do goleiro e achar que tem que fazer um gol bonito e diferente. Gol de bico também vale. Fico triste pela apresentação da equipe, foi a melhor sob o meu comando. Com todo o respeito ao Ceará, as melhores oportunidades foram nossas e não aproveitamos”.
COBRANÇAS
“Vou chamar a atenção, vou cobrar, corrigir, mostrar no vídeo, até porque treinamos finalizações e nem precisaríamos, qualquer um sabe que chegou na frente do gol, tem que chutar, não tem que fazer diferente ou bonito. Vou aplaudir se eles tentarem fazer o certo e errar, mas vou cobrar se forem displicentes. O futebol é ingrato, se você não souber aproveitar, o azar vem para você e a sorte vai para o adversário. Não tem que lamentar, tem que conversar e corrigir e a cada rodada tem que fazer o melhor. O melhor seria o simples, o objetivo, não tem que inventar.”
RESULTADO
“O grupo está triste, mas amanhã é outro dia. Eles estão se cobrando entre eles. Tem a oportunidade, mata o jogo. Ontem o Santos estava vencendo por 3 a 0 e o Flamengo não se entregou. O Santos podia matar o jogo e perdeu. A bola pune lá, pune cá, pune em todo lugar. Tem a chance? Faz o gol. Já desabafei no vestiário, o futebol pune. Mas não adianta castigar, martelar ou criticar numa hora dessas, até porque eles lutaram, nem todo mundo é culpado. Eles estão de cabeça quente, amanhã no CT eu converso com eles e mostro o vídeo. Volto a repetir, achei que foi uma atuação de gala, perto do que vinha fazendo, em todos os sentidos. Foi um desperdício de três pontos, infelizmente. Trabalhamos, buscamos, o grupo tem se entregado e buscado sair dessa situação. O culpado de não ter saído com a vitória hoje é o próprio Atlético”.
DESFALQUES
“A situação já não é boa e mais essas dificuldades (desfalques) ainda. É continuar trabalhando e ver com quem vou poder contar. Não fico lamentando se A, B ou C estão machucados ou suspensos por cartão. Tenho que dar moral para o grupo. Claro que queria poder contar com todos, mas é assim, uns se machucam, outros ficam suspensos. Tem que ter um grupo bom e grande, já falei, o campeonato é difícil, longo e surgem problemas. Em todos os lugares onde passei sempre dei moral para o grupo, para quem vai entrar. Temos uma sequência difícil pela frente, vamos pegar quatro times que estão brigando pelo título e dois jogos de seis pontos, fora o clássico. Então o caminho não é fácil, mas vamos buscar o melhor”.
PRÓXIMO JOGO
“Todo jogo é decisão, é matar um leão. No meu entendimento vamos pegar a melhor equipe atualmente no Brasil, com jogadores a nível de Seleção Brasileira e um grande treinador. Todos os jogos estão sendo difíceis, não importa se é dentro ou fora de casa, mas o meu trabalho é continuar dando moral ao grupo e o torcedor fazendo a parte dele como já vem fazendo. Eles vão ver uma equipe brigando sempre. Eu cobro e bastante, mas não vou fazer isso publicamente. No CT vou ter uma conversa muito séria com eles”.