Taça Belo Horizonte Junior
Assisti o time júnior do Furacão jogar e fiquei contente. Temos um goleiro muito bom, Alexandre. Alto, esguio, sabe sair do gol muito bem, tem excelente reposição de bola, sabe se colocar e não é espalhafatoso. João um zagueiro estilo Manoel, alto e forte, mas de melhor técnica e muito racional. Héracles, sem comentários, pois além de um golaço, sabe marcar e apoiar muito bem. E finalmente o Pablo, atacante artilheiro, tem o faro do gol e joga simples, não inventa, cerebral sabe visualizar os atalhos e abriu ele manda para dentro de primeira do jeito que der, o importante é fazer o gol.
Agora minhas dúvidas. Esses jogadores pertencem a quem? Ao Furacão ou a diretores espertos? Usam a camisa rubro-negra. aparecem e se promovem usando o nome do Furacão, se utilizam de nossa estrutura e aí quando estão prontos, não assinam contrato conosco e vão embora de graça? Sempre ouvimos dizer que nossa base não revela ninguém, mas onde estão alguns jogadores que ouvimos falar bem e de repente somem para aparecer misteriosamente em outras equipes? Não é possível que não serviram para nós e servem para outros grandes do futebol brasileiro. Só para citar alguns: Rodolfo, zagueiro do Fluminense, Ronaldo, zagueiro do Inter, Bolívia da Seleção Boliviana, Anderson Aquino do coxinha, Lucas Piazon que o São Paulo vendeu para o Chelsea por 10 milhões de euros. Nos últimos anos temos disputado e vencido vários torneios juniores, mas também vemos nossas promessas irem embora de graça.
Como podemos ver o problema no nosso Clube é muito mais profundo do que imaginamos. Hoje o futebol virou um grande negócio e muitas pessoas tem ganhado dinheiro, menos o Clube formador. O jogador somente pode assinar contrato de vínculo com um clube a partir dos 16 anos. Os pais ou os jogadores devem ficar atentos aos empresários que também são conhecidos como agentes e procuradores. São os intermediários para a transferência de um atleta e passaram a ser os maiores beneficiados com a venda de jogadores, passando, inclusive, por cima dos interesses do atleta do clube e da Lei Pelé. Os empresários vivem de comissões, que podem chegar a 5% sobre possíveis transferências e faturam com a venda milionária de cada um deles que representam. Com a palavra nossos conselheiros e diretores. Vamos ver mais uma geração talentosa se perder e de graça? Ou vamos colocar em primeiro lugar o amor pelo Clube e defender seus interesses?