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16 ago 2011 - 8h08

Quando o Atlético joga!

Quando o Atlético joga, a velha senhora viúva veste a Camisa Rubro-Negra e larga as agulhas de tricô para, entre os dedos trêmulos, segurar o Rosário cujas contas estão amareladas pelo tempo e pelo hábito de rezar.

Quando o Atlético joga, um piá pobre do Parolin põe sua Camisa Rubro-Negra, puída, e pede a Deus que proteja o seu Atlético durante os noventa minutos da partida. Falta-lhe o pão, e lhe sobra a esperança(e afinal de contas, essa não é mesmo a essência da Fé?).

Quando o Atlético joga, a futura mãe acaricia o ventre e sente o chute do menino que, antes mesmo de nascer, já é Atleticano. E chora a mãe por saber que seu filho haverá de chorar um dia -de amor, de raiva, de frustração e de alegria – por um Time que causa na gente todo tipo de emoção.

Clube Atlético Paranaense: quando você joga, que diabos dá na gente?

Quando o Atlético joga, o sentenciado recobra a liberdade – ao menos por noventa minutos – ou, em via reversa, sente-se ainda mais aprisionado por querer estar na Arena, e não naquela cela onde foi colocado por conta de um ilícito penal. Pena maior não há: estar longe do Atlético é coisa pior do que a pena capital. Estar longe do Atlético, esta, sim, é a penalidade máxima.

Quando o Atlético joga, o doente, num dos leitos de hospitais desta Curitiba, sente-se forte, sente-se vivo, sente-se pleno. E eu já vi Atleticanos transferirem cirurgias inadiáveis por amor ao Clube. ‘Doutor, só me opere depois de domingo, pois se eu morrer terei visto o meu Atlético conquistar o Brasil!’. Estrela amarela garantida no peito e o peito entregue às coisas da Medicina. Antes, não.

O Atleticano é, antes de tudo, um apaixonado. Mas o que é que dá na gente, se tudo não passa de futebol?

Bobagem. Fosse só futebol e não seria nada. Ocorre que é o Clube Atlético Paranaense! E aí, meu Amigo, não tem palavra que explique, não tem ciência que investigue, não tem medicina que cure, não tem lógica que recobre algum tipo de sanidade.

O Atleticano é, antes de tudo, um louco e, como tal, não teme a própria morte. Que dirá então temer adversários: jamais!

Viesse o poderoso Barça nos visitar na Arena e era capaz de o Messi levar um passeio do Marcinho; fora os gritos de ‘Iniesta, viado! Iniesta, viado!’. E, num coro improvisado: ‘Barça, de azul e grená, tá parecendo muito mais o Paraná!’.

O Caldeirão, quando ferve, apavora até o diabo, que sai correndo com medo de evaporar e acabar indo pro Céu!’Não é mole, não: nem o diabo ganha aqui no Caldeirão!’.

Quando o Atlético joga, dá no coração um troço que só não mata a gente porque não deve ser a hora!

Quando o Atlético joga, Amigo, a velha senhora viúva e o apenado se irmanam no mesmo coro: ‘Atlético! Atlético! Conhecemos seu valor! E a Camisa Rubro-Negra só se veste por Amor!’.

E quando isso acontece, o Universo passa a vibrar de uma tal forma que o nascituro chuta o ventre da mãe, e a mãe acaricia a barriga proeminente, e o piá do Parolin abre um sorriso, e o doente no hospital se reanima, e a gente só não morre de amor porque não deve ter chegado a hora…

Próxima parada: 17 de agosto, 19h30, na Arena da Baixada. Que venha o Cruzeiro e suas estrelas (santa ambiguidade!): nem o diabo ganha aqui no Caldeirão, quando o Atlético joga!



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