6 set 2011 - 12h32

Antônio Lopes enfrenta lista de, pelo menos, 10 problemas

O técnico Antonio Lopes assumiu o comando do Atlético na sexta-feira. No domingo, estreou levando 4 a 0 do Grêmio, na pior atuação do time em 2011. Agora, o treinador tenta recuperar o time com uma lista de velhos e novos problemas.

São pelo menos dez situações que escancaram a crise no Atlético, desde problemas táticos, físicos e técnicos, até a falta de agilidade da diretoria em contratar reforços e arrumar o gramado da Arena.

O primeiro problema é o preparo físico dos jogadores. As constantes trocas de comissão técnica em 2011 derrubaram o planejamento dos preparadores. “Esse é o problema do treinador trazer seu preparador físico. Aí foge da direção o controle disso”, declarou o presidente Marcos Malucelli, no domingo. “Trouxemos o Riva (Carli) para acabar com esse entra e sai. E o pessoal vai precisar trabalhar e muito.

Quem não quiser, vai embora”, avisou o dirigente. O elenco ficará 24 horas no CT do Caju, a partir de hoje até uma data indeterminada. Além do fôlego, o time precisará de ânimo. Algo que faltou no domingo, contra o Grêmio, e principalmente em alguns jogos fora de casa. Na parte técnica, o Atlético tem problemas nas laterais. Paulinho, Marcelo Oliveira e Wagner Diniz fazem uma péssima temporada. Edílson tem mostrado qualidade no apoio, mas é o ponto mais fraco da defesa na bola aérea.

No meio-campo, só Deivid se destaca na marcação. Na armação, o time tem dependido exclusivamente da boa fase de Marcinho (11 jogos, 3 gols e 4 assistências).

O ataque é outro setor crítico, com a má fase de alguns e as seguidas lesões de outros. Não por acaso o Atlético é o time que menos marcou gols no Brasileirão – apenas 20 gols em 21 rodadas.

Para solucionar o problema, Renato Gaúcho pediu um centroavante. Ele chegou ao clube em julho e, dois meses depois, a diretoria não conseguiu contratar ninguém. Enquanto isso, o América-MG trouxe André Dias, o Coritiba buscou Marcel e o Figueirense contratou Somália. Quase todos os clubes brasileiros encontraram reforços da mesma posição nesse período. Menos o Atlético.
A diretoria também se mostrou incapaz de arrumar o gramado da Arena, que virou alvo de críticas em todo país. Além do vexame nacional, o campo favorece a destruição de jogadas, portanto, ajuda o time que joga defensivamente – normalmente a postura adotada pelos visitantes. Os buracos contribuem ainda para aumentar o número de lesões.

Na parte tática, Antonio Lopes tem problemas. Na sua estreia, usou o 3-5-2, que só funciona com um líbero – um zagueiro com posicionamento impecável, liderança para comandar a defesa e boa saída de bola. No atual elenco, nenhum zagueiro possui essas características. O volante Fransergio é o único que já atuou nessa função, mas teve péssimo desempenho no domingo.

No 4-4-2, a defesa se mostrou frágil no jogo aéreo defensivo. Em 20 jogos nesse esquema, sofreu oito gols de cabeça. Para completar, o Atlético tem fracassado no momento do confronto direto. Dos oito últimos colocados, só venceu o Santos. Perdeu para Ceará, Grêmio (duas vezes), Bahia e Atlético-MG (duas vezes). E empatou com Avaí e América-MG.

OS PROBLEMAS DO ATLÉTICO
• Falta de preparo físico
• Lentidão da diretoria para contratar
• Não tem líbero para jogar no 3-5-2
• No 4-4-2, defesa fica vulnerável nas jogadas aéreas
• Problemas nas laterais
• Deivid é o único volante que se destaca na marcação
• Tem o pior ataque do Brasileirão
• Mal no confronto direto: dos oito últimos colocados, só venceu o Santos
• Gramado da Arena em estado precário
• Apatia dos jogadores, principalmente fora de casa

AS INCÓGNITAS
• O clube contratou o Antonio Lopes de 2005 (vice da Libertadores) ou o de 2007 (33% de aproveitamento)?
• Riva Carli conseguirá recuperar a preparação física em três meses?
• Que Paulo Baier sairá do departamento médico? Aquele de 2010 ou o de 2011?
• Santiago García, Nieto e Guerrón conseguirão reencontrar o futebol perdido?
• O regime de concentração total no CT do Caju ajudará na recuperação ou provocará insatisfação dos jogadores?

OS PONTOS POSITIVOS
• Chegou a ficar sete rodadas sem perder
• Qualidade na jogada área ofensiva: é o 5º com mais gols de cabeça no Brasileirão
• Jovens talentosos, como Pablo, Edigar Junio e Héracles
• A boa fase de Marcinho, de Renan Rocha e de Deivid
• Veteranos que podem ajudar o elenco a lidar com a pressão: Paulo Baier (36 anos) Kleberson (32),Cleber Santana (30), Marcinho (30), Márcio (29), Robston (29) e Wendel (29)



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