A fogueira da vaidade de um cartola oportunista
“Mario Celso Petraglia
Como manter a harmonia do grupo com esta disparidade de valores nos ganhos gerando grandes injustiças? Vejamos os salários atuais do CAP:
Cleber Santana
.- Deivid
Edilson
- edigar
Fabricio
. Manoel
Marcelo Oliveira
Heracles
..
Guerron
Pablo
Kleberson
Renan
..
Marcinho
RenanR
..
Paulo Baier
.
Rodriguinho
El Morro
.
(segue a relação dos nomes dos jogadores e salários
que omito).”
Com esta ação no Facebook, o ex-presidente do Clube Atlético Paranaense colocou lenha na sua própria fogueira da vaidade, ontem à noite, atribuindo a má performance do time em campo, neste ano, às diferenças salariais entre os jogadores, como se em todos os times e empresas todos ganhassem salários iguais.
Mais do que 500 e poucos comentários e 280 compartilhamentos, além de 379 pessoas que curtiram a denúncia, o assunto repercutiu muito na Imprensa e entre os atleticanos, do país todo.
A imensa maioria pensa igual: o ex-presidente feriu a ética do clube e o Estatuto (que ele criou às pressas, antes das últimas eleições) ao divulgar uma pretensa folha salarial, que mesmo que fosse verdadeira é assunto interno do clube, fruto de contratos celebrados com cada jogador, com garantia de confidencialidade.
Ninguém tem o direito de divulgar os salários de outras pessoas. Trata-se, inclusive, de uma questão de foro íntimo e de segurança pessoal e familiar, assim como do empregador.
Agindo por puro interesse eleitoreiro pessoal, o ex-presidente só aumentou a crise no clube, entre os jogadores e a torcida, transformando o jogo do próximo domingo, contra o Ceará, em evento de risco (se o Atlético não vencer).
Posso estar errado, mais ao ferir o Código de Ética do clube, o ex-presidente poderá ser expulso da associação, o que o tornará inelegível para qualquer cargo e inclusive sem condições legais de continuar à frente da comissão de obras da Arena da Baixada.
Rezam os Estatutos do Clube Atlético Paranaense que o associado deve manter nas dependências do Clube e fora delas conduta moral, social e
desportiva irrepreensíveis, abstendo-se da prática de atos imorais ou ilegais (como pode ser entendida a divulgação dos salários dos jogadores na rede social e, por consequências, na mídia, com o claro objetivo de desestabilizar o time e o clube).
Praticar ato que atente contra a lei, a moral e os bons costumes ou contra a imagem, tradições ou patrimônio do Clube e, ainda, prestar informação falsa em qualquer documento relativo ao Clube, visando satisfazer interesse próprio ou de outrem, são infrações previstas estatutariamente.
O sócio, ou dependente, que infringir as disposições estatutárias, regimentais ou regulamentares é passível de ser excluído, inclusive com cassação de título honorífico, se houver.A aplicação ou não de penalidades por infração disciplinar não prejudica o direito do Clube de adotar demais medidas cabíveis contra o infrator, nas esferas civil, administrativa e penal, com base na legislação comum, diz o Estatuto.As penalidades serão aplicadas em decisão motivada proferida pela Câmara de Ética e Disciplina.
Interessante que, enquanto era presidente, o cartola em questão jamais divulgou os valores de salários ou das vendas de jogadores do clube.
Em Nota Oficial, a direção do clube informou que os valores não refletem a realidade da remuneração do futebol profissional do clube. O ex-presidente trabalhou com uma fonte da informação que não integra os termos de acordos com os atletas, principalmente nos contratos de empréstimos, supervalorizados, e não está atualizada com os aumentos dados a alguns jogadores que pertencem ao CAP. A publicação desta informação é irresponsável, inconsequente e incorreta.
O Clube Atlético Paranaense, atuando de forma ética com seus contratados e dentro do respeito à privacidade pessoal até por questão de segurança se reserva ao direito de não divulgar valores ou nomes.
Queremos deixar claro aos torcedores atleticanos, sócios e conselheiros que, apesar da tentativa oportunista e irresponsável de gerar ambiente desfavorável dentro do grupo de jogadores em um momento crucial no Campeonato Brasileiro, não deixaremos que uma atitude externa, sem nenhum objetivo para o bem comum e que não atende aos interesses do Clube Atlético Paranaense neste momento, prejudique o trabalho dos jogadores que, unidos, buscam tirar o time da situação que nos encontramos no Brasileirão. Tomaremos todas as ações cabíveis. Não podemos permitir que objetivos eleitoreiros e pessoais espúrios prejudiquem o Clube Atlético Paranaense. Algumas questões foram as mais levantadas, neste dia aquecido pela discórdia semeada pelo vaidoso ex-dirigente:
1. Quem é o espião (ou a espiã) que passa informações internas para o ex-presidente na hipóteses destas informações serem verdadeiras (o ex-presidente diz que são e de fonte quente que ele preserva).
2. A quem interessa jogar lenha na fogueira, a não ser a ele mesmo?
3. Qual será a posição do Sindicado dos Atletas Profissionais, presidido pelo Nivaldo Melo, com a exposição dos salários dos jogadores?
4. Qual será a posição no Ministério do Trabalho?
5. O Que fará o Ministério Público?
6. Algum jogador atleticano vai buscar seus direitos, contra a divulgação dos seus ganhos (reais ou não) que coloca a ele e à sua família em risco?
7. Como se posicionará a Câmara de Ética?
8. Pode o clube confiar a administração das obras da Arena para quem age desta forma?
9. Será convocada Assembleia Geral Extraordinária dos conselheiros, diante de tão grave iniciativa?
10. Depois desta ação tresloucada, o ex-dirigente ainda acredita que pode ser candidato?
Bem
vamos aguardar os próximos capítulos.
No Facebook, na mídia, nas redes sociais ou na Justiça pois a diretoria do clube não pode mais deixar de agir, contra este tipo de oportunismo eleitoreiro, sem preocupação maior com o momento delicado que o clube vive, assim como quanto à privacidade dos jogadores.