A vaca e o frango
Os atleticanos mais antenados se perguntam: Como pode a maior torcida do Estado não apresentar um representante digno para ocupar a presidência deste clube?. A resposta é facilmente encontrada no triste reflexo da sociedade brasileira, cada vez mais carente de valores. O honesto é aquele que será passado para trás pelo esperto. O esperto será bem visto e terá reconhecimento. O ladrão roubará tanto que terá os melhores advogados para defendê-lo. O político tem imunidade parlamentar, uma invenção que o permite cometer crimes para apenas negá-los em seguida, com a conivência dos colegas. O restaurante fino vende patinho como filé mignon. Programas de auditório lucram com a desgraça alheia (real ou inventada). Os jornais trazem versões distorcidas dos fatos. Mais de 2/3 do que pagamos nas coisas é destinado a um Governo que usa nosso suor para construir castelos e promover o enriquecimento de poucos. E nas últimas eleições o povo foi mais uma vez iludido pelas campanhas e conduzido a escolher entre candidatos sem nenhuma moral.
É neste cenário que o poder no Atlético Paranaense vem sendo disputado. Uma vaca de divinas tetas se oferecendo para quem tiver mais habilidade na arte da mentira. Tetas onde muitos já mamaram e que está cada vez mais estufada de leite. Onde é que você pode adquirir um produto por 300 e vender por 3000 em menos de 12 meses? E agora teremos obras faraônicas visando a Copa do Mundo. Quem não quer assumir o comando dessa viçosa ruminante? Bom seria se pessoas de bem tivessem esta chance, mas estes não querem sujar as mãos num ambiente que se mostra há anos viciado com o que de mais sujo e podre a sociedade pode criar. Isso, lamentavelmente, responde a pergunta do início do texto.
No momento, estamos acompanhando uma disputa entre irmãos. Para quem não conhece bem as personagens, imagine o malandrão Samir tentando dar o troco no estúpido Youssef, após ter levado um golpe na disputa pelo poder do Grupo Hayalla. É mais ou menos assim…
E, para isso, vale tudo. Vale se amigar com inimigos mortais do clube para usá-los contra o outro candidato. Vale se esconder e colocar um fantoche fanfarrão como escudo (expediente já usado fartamente por ambos). Um gosta de escrever cartinhas para a imprensa, com a mesma caneta que prometera um clube que disputaria o topo de todas as competições. Outro prefere se pronunciar nas redes sociais, destilando ódio e babando mágoa. Ambos procurando iludidos para enganar. E longas filas já se formam. Enquanto isso, o Atlético continua à deriva.
Quanto tempo um frango vive sem cabeça? Fatos já demonstraram (http://bit.ly/pEsu18) que a natureza sempre pode nos surpreender. E o Atlético? Quanto tempo viverá sem cabeça? Como se a atual direção acéfala precisasse de alguém para piorar a situação, o ex-deus, do alto da sua arrogância, decidiu aparecer com uma falsa lista de salários de jogadores. Com o óbvio intuito de transtornar ainda mais o ambiente, só não vê quem não quer (provavelmente por estar numa das filas já citadas), ele demonstrando todo seu atleticanismo quer ver o nosso Atlético rebaixado. Ele forçou a barra para desestabilizar ainda mais o time. Seria uma vingança pessoal contra o golpista banana, mas às custas do clube. Assim, ele assumiria após as eleições do final do ano, já com o time na segundona 2012. Faria um teatrinho lamentando a condição, mas prometeria o retorno à elite. Seria a grande chance de montar um time barato, numa competição mais fácil e ainda terminá-la com os louros de uma conquista. Tudo isso é nojento. Tenho dois votos para dar e nenhum candidato que preste. Nem perspectivas de que apareça um.