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30 nov 2011 - 19h21

E quase dez anos se passaram…

Dia 23 de dezembro de 2.001 é uma data inesquecível para qualquer Atleticano. Longe de nossos domínios, no Estádio Anacleto Campanella, na cidade de São Caetano, Alex Mineiro fez o gol da vitória atleticana e nos levou ao primeiro e único título da divisão principal do futebol brasileiro. Hoje, quase dez anos depois que nossos heróis conquistaram o Brasil, ás vésperas do descenço, fico me perguntando o que houve com o futebol atleticano? Onde estão jogadores de garra e determinação como Nem, Cocito, Gustavo e Rogério Correa, e onde estão jogadores com criatividade como Adriano e Souza, e por fim, alguém me responda, se souber, onde está o oportunismo de Kléber e Alex Mineiro? Acho que todos irão concordar que no papel era longe de ser um time brilhante, mas em campo encantava os olhos o futebol jogado e enchia o nosso coração de orgulho a garra e determinação com que jogava aquele time. Quase dez anos se passaram, e tenho que admitir que tivemos bons times ao longo desta década, principalmente em 2.004 e 2.005, quando lutamos novamente pela hegemonia nacional, fomos o furacão das Américas, além de uma brilhante 6ª colocação no certame nacional de 2.005.

Agora, depois de metade do texto escrito, acho que entendo um pouco do que houve ao longo desta década, culminando com este desastroso 2.011 para o futebol atleticano. Entendo que a culpa deste declínio que vivemos deve ser atribuída à direção do clube e a ninguém mais, pois ela foi permissiva e omissa ao negligenciar o departamento de futebol e focar em outras frentes. Nossa diretoria, atual e futura, deve entender que o maior ativo que o Clube Atlético Paranaense possui é a paixão do seu torcedor, e em momento algum do ano de 2.011 este ativo foi preservado. Posso elencar aqui diversos problemas que foram vivenciados durante este ano, tanto no aspecto de futebol quanto no aspecto extra-campo, e infelizmente a negligência e incompetência de nossa diretoria em administrar estes fatos foram determinantes para o fracasso que se mostrou em campo durante este ano. Se fosse possível medir o valor do Clube Atlético Paranaense neste momento, baseado na paixão do nosso torcedor, assim como é possível mensurar o valor de uma empresa com ações negociadas em bolsa, diria que o nosso clube perdeu valor de mercado. Mas diferente as ações de empresas que podem ser negociadas pelos seus acionistas, o maior ativo de nosso clube é inegociável, e cabe aos próximos administradores que irão assumir o Atlético resgatar o valor deste ativo, atribuindo a ele o valor devido.

Desde 2.006 não resido em Curitiba e, portanto raras são as oportunidades que tenho para acompanhar o meu Furacão ao vivo, mas confesso a todos os meus leitores que realmente a distância causa saudade, aumenta o sofrimento e faz aumentar o amor, contudo esta mesma distância me deixa triste e inconsolável com a situação do nosso clube e acaba gerando crises de amor. Contudo, como toda história de amor, esta também terá um final feliz, quiçá não no capítulo 2.011, mas não duvido do final feliz.

Aqui, na grande metrópole brasileira, não sei o que responder a meus colegas, torcedores de outras agremiações, quando me questionam sobre o paradeiro do grande Furacão, aquele que arrasava a todos que aportavam na baixada, que faziam tremer os adversários aos gritos de uma torcida apaixonada? E fico mais decepcionado porque não sei as respostas. Mas carrego uma certeza comigo, onde quer que ele esteja, da forma que for, não o abandonarei, jamais…



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