Caiu grande, voltou gigante
A justificativa de que um rebaixamento faz bem ao clube é balela. O que acontece é que uma queda torna-se um ponto crítico na história de um clube, situações críticas exigem atitudes drásticas que acabam surtindo resultado. Ao Atlético Paranaense a situação drástica deve ser tomada na eleição que acontecerá nos próximos dias, a mudança não é uma opção, é uma necessidade. Independente de qual chapa for eleita a visão de administração do clube deve ser voltada ao futebol, de forma responsável, analisando antes de contratar e investindo mais do que nunca nessa base vencedora que estamos formando. O Atlético é um clube de futebol, e o maior patrimônio de um time é a vitória, é a conquista de títulos, para que isso aconteça exige-se audácia, algo que já tivemos muito na primeira metade dessa década e que foi esquecido nesses últimos anos.
Ainda não caímos na realidade, a segunda divisão parece ser apenas uma situação momentânea que pode ser alterada na próxima rodada. A queda infelizmente foi merecida à essa diretoria que brincou de futebol e decepcionou profundamente a maior e mais fanática torcida do Paraná, torcedores que apresentam a característica histórica de torcer incondicionalmente, a prova disso foi o exemplo dado ao final do Atletiba, torcida cantando em uma só voz, exaltando o atleticanismo. Um lugar tão comum aos coxas e paranistas tornou-se lar dos atleticanos. Mais estranho do que ver o Coritiba na série A é ver o Atlético figurando entre times como Ipatinga, Bragantino e Asa, aquele mesmo do clássico do frango, é um ultraje, um desrespeito com toda a evolução que foi feita no Atlético nesse milênio.
O Campeonato Paranaense deve servir de estímulo ao ano sofrido que será o de 2012, um ano em que o mundo possivelmente irá acabar pela sequência de fatos inimagináveis que está acontecendo: Furacão na segunda divisão, Roberto Carlos não fazendo show especial de fim de ano, Collor pagando de moralista no senado, Restart considerado rock, enfim, fatos atípicos. O Estadual é a chance de montar um time aguerrido para a série B, afinal o nível das equipes que enfrentaremos na segunda divisão será parecido ao do Paranaense. Uma reestruturação deve ser feita, só que sem extremismos desnecessários, há jogadores que devem ser mantidos, há outros que devem ser execrados. A nova equipe que comandará o Atlético deve aprender a dialogar acima de tudo, o Atlético precisa de união irrestrita nesse momento para que as dificuldades não sejam maximizadas por batalha de egos.
Não escondo posição, até porque não escolhi o jornalismo esportivo como profissão, fato que exige imparcialidade e ética, algo que muitos jornalistas paranaenses não possuem quando falam do rubro-negro nos veículos locais. Por estar imune a qualquer análise imparcial deixo clara minha posição de que no momento o melhor para o Atlético é o Mário Celso Petraglia, independente dos erros que ele tenha cometido é inegável que foi ele um dos responsáveis pela mudança atleticana começada ao final dos anos 90. Mesmo que o atual presidente do Atlético tenha sido uma aposta do grande cartola atleticano, é injustificável botar a culpa em Petraglia pela incompetência notada na atual gestão. Cada um é cada um, já dizia o sábio poeta desconhecido. O Atlético precisa de alguém feroz em seu comando, que tenha fibra e garra, que não tenha tanto fair play em defender as causas rubro-negras. O desastre exige união em torno da superação, independente da chapa que todos os atleticanos tenham preferência, após a eleição o que deve ser feito é um trabalho em conjunto, só existe um lado dentro do Atlético, o daqueles que torcem e vivem pelo maior clube do estado do Paraná. Um grande cai, posteriormente levanta-se gigante.
PS: No final do ano de 2012 irei ler esse texto e sentir um enorme alívio por ter visto que a frase rubro-negro é quem tem raça e não teme a própria morte serviu de estímulo para a nossa volta.