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8 dez 2011 - 13h12

Reportagem da Gazeta de Hoje. Obrigado, Malucelli

‘Queda de patrocínio, publicidade, número de sócios, exposição nacional. Tudo somado à saída da Arena e a mais 20 mil quilômetros em viagens. Isso é o que espera o Atlético na Série B em 2012.

O primeiro impacto já mexe nos cofres da Arena. Estudo apresentado ontem pela Pluri Consul­toria, empresa especializada em negócios relacionados ao esporte, apontou uma desvalorização de um milhão de euros no valor de mercado do time.

Pela projeção apresentada, o valor do elenco – estimado no início do ano em 24,4 milhões de euros – foi rebaixado para 23,4 mi da moeda europeia. O maior declínio entre as 25 equipes analisadas.

De acordo com o consultor Fer­nando Pinto Ferreira, a conta é simples. “Houve a combinação de três fatores. O primeiro são alguns jo­­gadores em fase mais madura de carreira que não se valorizaram ou até mesmo perderam valor. O se­­­gundo são os atletas que tinham um valor um pouco mais alto, não renderam e por isso não se valorizaram ou se desvalorizaram. O terceiro e principal: não houve revelações de peso no Brasileiro.”

A conta para baixo tem ainda outros fatores. De acordo com a consultoria Informidia, a queda também afetará a imagem atleticana. Longe dos holofotes, o Fura­cão terá dificuldades para fomentar receitas.

“A Bandeirantes, por exemplo, que transmite a Série B em rede nacional, tem seis pontos no Ibope [em São Paulo]. A Globo tem 24. Isso repercute na visibilidade do patrocinador e quanto valeria a marca Atlético”, argumenta Rodri­­go Barros, gerente da empresa.

Dentro de campo, há ainda o choque cultural. “Disputamos a Série B ainda com a mentalidade de Série A. O espírito, o estilo do jo­­ga­­dor é diferente”, avisa Marcelo Segurado, superintendente de fu­­tebol do Goiás. “Na Segunda Divi­­são vem todo mundo fechado, querendo fazer o melhor contra nós. É a oportunidade de ser visto.”

Nenhum dos quatro rebaixados no ano passado (Vitória, Goiás, Guarani e Barueri) conseguiu re­­tornar de bate-pronto.

A dificuldade com as viagens maiores também pesará na Baixa­­da. O Furacão viajou neste ano cerca de 32 mil quilômetros. A milhagem vai aumentar para 50 mil no “lado B” da bola. “Os campos são horríveis, é muito mais difícil trazer jogadores. Eles preferem jogar em times menores, mas na Série A”, alerta Segurado.

Diante desta espécie de castigo, o clube também fica mais sensível a perder jogadores que despontaram nesta temporada, como o volante Deivid e o zagueiro Ma­­noel. O último já é especulado no In­­ternacional. No entanto, o presidente Marcos Malucelli não acredita em uma debandada.

“Depois da vitória contra o Cori­tiba eu conversei com os jogadores e todos, inclusive estes dois, manifestaram o desejo de permanecer no ano que vem”, conta o di­­ri­gente. “Eu tinha dito para o Ma­­noel no começo de 2011 que, se no final do ano aparecesse um comprador, eu não me oporia. Mas isso vale para o meu mandato, que acaba dia 15”, ressalta.

Quanto às perdas financeiras em 2012, Malucelli admite que publicidade e patrocínios irão despencar, mas não sabe especificar em cifras. “Não tenho esse número. Vai ficar a cargo da próxima di­­re­­toria fazer a avaliação”. In­­ter­­na­­mente, especula-se uma baixa de 40% nas receitas.

Outro complicador é o local dos jogos. Sem a Arena, em obras, a casa segue indefinida. Para não perder sócios por falta de cadeiras e comodidade, a ideia é jogar como locatário no estádio do Coxa, o Couto Pereira.

Pelo menos o Furacão tem um trunfo: o dinheiro da televisão. Pelo contrato, o Rubro-Negro mantém no primeiro ano fora da elite o mesmo valor acordado caso estivesse no primeiro escalão – R$ 29 mi­­lhões, o dobro do que re­­cebeu nes­te ano. É o mais endinheirado da Segundona.

Graças ao aporte, o Atlético de­­sembarca na divisão inferior como favorito para conseguir o acesso’. SERÁ?



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