Airton Cordeiro segundo o Professor Carrilho
Tenho lido o constante inconformismo em face das verborréias do jornalista Airton Cordeiro na Transamérica e na CBN.
Aqui em Cascavel a 1a. não alcança e a 2a. retransmite programação da CBN/SP ignorando Curitiba e o estado do Paraná. Aliás, ignora a própria cidade de Cascavel onde sé ediada. Assim,felizmente não tenho sequer oportunidade de ouvir o desdito e se oportunidade tivesse certamente pouparia meus tímpanos desse flagelo.
E é o que sugiro aos colegas. Não ouçam. Mas se por invencível curiosidade ouvirem não comentem com ninguém. Se perguntados se ouviram respondam sempre que não. E nem venham nesse e outros espaços fazer comentários sobre o que tal indivíduo disse. IGNOREM-NO. Só não ignorem quem patrocina os programas que ele participa ensejo de boicotar os respetivos produtos.
O rancor do desdito para com o Atlético não é de hoje. É antigo. Relato aqui episódio ocorrido em 1973 quando o mesmo era narrador e chefe de equipe da Rádio Clube.
Naquele tempo era ele ferrenho torcedor do Colorado. Consta que virou a casaca e é hoje fervoroso nádegas alvas conforme os textos aqui publicados.
Num Colorado x Atlético daquele 1973 o jogo aproximava-se do final e muito disputado. Já além dos 30 minutos, placar de 0x0, Buião vai a linha de fundo e cruza alto. Sérgio Lopes, o fita métrica, colocado pouco além da 2a. trave ganha de cabeça do marcador e ajeita a bola na altura da marca penal (não lembro se Bira Lópes ou Afonso) que de primeira marca belo gol – viria ser o da vitória.
Na cabine da Clube mencionado narrador ficou transtornado. Absteve-se narrar o belo gol para, completamente ensandecido, vociferar toda sorte de asneiras. Hora que Sérgio Lópes apoiou-se no marcador para cabecear, ora que havia empurrado o zagueiro Zéquinha, ora que Buião estava impedido quando fora lançado …
À noite em programa esportivo da TV o lance foi mostrado várias vezes sem qualquer reparo quanto ao gol. Cronistas partícipes, inclusive, enfatizando a legitimidade do gol censuraram o comportamento tresloucado ‘de um determinado narrador’, sem declinarem o nome por razões éticas.
Na 2a. feira por volta das 11:00hs fui a Boca Maldita ouvir os comentários . Não participava das conversas, só conhecia aqueles ilustres senhores frequentadores só de vista e nome. Não tinha intimidade nem desinibição para intervir nas conversas. Então ficava só ‘sapeando’.
A maioria absoluta ali era de atleticanos a começar pelo presidente Anfrísio. Gostava muito das intervenções do Pasquale e, principalmente, do Professor Carrilho.
Mestre Carrilho era professor de matemática mas bem poderia ser de oratória tal sua eloquência. Mas seu forte mesmo era a presença de espírito. Era o terror dos coxas muito embora naqueles tempos o Coritiba estivesse em absoluta supremacia.
Sobre o Professor Carrilho muitas histórias que bem merecem um opúsculo de nosso historiador também Professor Heriberto Machado. Fica a sugestão.
Pois naquela 2a. feira o assunto na Boca não era o clássico do dia anterior. O assunto era a histeria do narrador Airton Cordeiro quando do gol atleticano. Não se usava ali palavra sinônima, apenas histeria. E acalorada era a discussão e as descompostura dos atleticanos da Boca ao mencionado radialista pelo seu comportamento parcial e histérico.
Foi quando renomado e idoso médico torcedor do Colorado, assiduo frequentador do local pediu silêncio e tomou a palavra. Com ar professoral reprovou a todos por não saber o que diziam pois, conforme explicava, a palavra histeria vem do grego histero e significa útero. Logo, concluia ‘por evidente razão anatômica o Sr. Airton Cordeiro jamais poderia ficar histérico’.
Fez-se não mais do que dois segundos de silêncio e quando o ilustre discípulo de Hipócrates esboçava um sorriso de júbilo o Dr. Carrilho emendou de pronto: ‘NESSE CASO ENTÃO, POR IMPONDERÁVEL ABERRAÇÃO ANATÔMICA O SR. AIRTON CORDEIRO FICOU HISTÉRICO’.
Gargalhada geral e o ilustre Doutor cuidou cair fora de fininho.
Faço esse relato para mostrar principalmente aos atleticanos mais novos que a obstinação do referido cronista para com o Atlético é antiga.
E se já cultuava o antiatleticanismo nos tempos em que era Ferroviário/Colorado esse sentimento por certo se exacerbou agora que metamorfoseou-se coxa-branca.
Aliás, esquisito processo de mutação degenerativa só explicável através da teoria da ‘imponderável aberração anatômica’ que nos legou o saudoso Professor Carrilho.