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6 mar 2012 - 9h33

A necessária dessacralização das estrelas

Futebol, em verdade, é e sempre foi um jogo no qual deve invariavelmente prevalecer o aspecto coletivo da equipe.

Dia desses, após assistir pela televisão a mais uma conquista de título pelo Barcelona, afirmei, numa de nossas redes sociais, que o time catalão em si mesmo nada mais significa do que a definitiva afirmação da verdade de há muito sabida segundo a qual o futebol é association (também no sentido de solidária e imprescindível associação de atletas visando obter resultado positivo na disputa de uma partida).

Nem é preciso dizer que a materialização dessa sábia afirmação não se compadece com quaisquer individualidades, sejam elas quais forem.

É bem verdade que, mesmo nesse contexto, tanto melhor e mais eficaz será a equipe se cada um de seus elementos componentes possuirem apanágios técnicos diferenciados (é o que acontece com o “Barça”).

Antes disso, porém, vem a disciplina, a obediência tática, o espírito de conjunto, a incessante vontade de, por primeiro, tentar vencer as faltas para, depois, em sendo inevitável, cair, o despir-se das vaidades…

No atual grupo de jogadores do Clube Atlético Paranaense – pelo menos dentre aqueles que mais estão atuando -, felizmente, não existe nenhuma “grande estrela”.

Portanto, não me causou qualquer espécie a recente afirmação do técnico Carrasco ao referir que o Atlético Paranaense foi a melhor “equipe” que ele viu atuar nesse início de temporada em nosso país em se tratando de disputas regionais.

Concordo com ele: sob o enfoque associativo, objetivo e de conjugação e reunião de forças para a obtenção de um propósito imediato (o gol ou gols) e mediato (a vitória decorrente), ninguém está jogando presentemente melhor do que o nosso Atlético.

E mais: o Carrasco é bom técnico, sem a mais mínima dúvida; mas jamais conseguiria implantar um sistema de jogo como fez se não contasse com jogadores jovens, lutadores e que, acima de tudo, buscam obter um lugar ao sol em suas carreiras (aí a coisa acontece).

Imaginem vocês se, por exemplo, ele chega num Fluminense da vida ou mesmo num Flamengo -com seus Freds, Ronaldinhos e assemelhados- e tenta implantar algo parecido com o que fez por aqui…É evidente que não conseguiria, por óbvias razões; a começar pelos empresários dessas ditas “feras futebolísticas”, que não iriam admitir que seus “pupilos” fossem impedidos de fazer jogadas individuais para adornar seus “folders” e assim, garantirem-lhes polpudos contratos futuros ou, antes, coloridas e longas reportagens/propaganda televisivas de seus empresariados –não raras vezes pagas a preço de ouro-.

Bem, o Messi é uma estrela de primeira grandeza – isso nem se discute -; mas, caso o “Barça” não jogasse um futebol privilegiando o coletivo, a equipe como um todo não obteria o mesmo sucesso que vem obtendo, não é mesmo? O Messi com certeza, continuaria a fazer jogadas individuais incomuns; mas a “equipe”, muito provavelmente, não seria tão exitosa, nada obstante o talento indiscutível do pequeno notável portenho para jogar o esporte bretão.

A conclusão é uma só: um time que joga um futebol coletivo bem caracterizado, em nível de eficiência, necessariamente será muito mais produtivo que um que possua duas ou três famosas individualidades de milionários salários –a não ser, é lógico, pelo aspecto do “marketing”, mas aí já é outra estória. “Marketing” é coisa unicamente direcionada ao sucesso empresarial, econômico-financeiro e de divulgação, mas não tem nada a ver com “eficiência do futebol jogado pelo time”. O primeiro, favorece a imagem do Clube, o bolso dos empresários e das ditas “estrelas” e a contabilidade das empresas que têm o futebol apenas como business, enquanto que o segundo (futebol solidário) leva às vitórias as mais das vezes, propiciando a felicidade dos apaixonados torcedores.

Diante disso tudo, acho que devemos prestigiar o trabalho do Carrasco e os nossos jovens jogadores que, ao que tudo está a indicar, assimilaram essa filosofia.

Para encerrar, apenas uma breve sugestão ao nosso Bruno Mineiro: atacante caído não produz absolutamente nada; portanto, procure cair cada vez menos e você verá que seus gols irão se multiplicar.



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