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17 abr 2012 - 9h59

Minha cura

Devo estar com depressão, fui ver o ‘timão’ jogar aqui em Foz, mais precisamente em Ciudad del Este, desorganização total, uma sugeira total, escuridão, torcida que parece plateia de circo, ingressos exorbitantes sem identificação… tudo na ‘gambiara’.

Depressão…

Nada de sentir algo como que fosse ver um disco voador pousando no meio do campo e lá de dentro sair Adolf Hitler dançando Moonwalk, e uma voz estranha alienígena dizendo ‘queremos paz’, e passando num cine 3D tudo que eles captaram da Terra, tentando nos alegrar e impressionar, já que nada é tão televisionado como Hitler e Michael Jackson depois de mortos.

Ver o Atlético sempre foi assim para mim, seja no campo ou na torcida.

Muitos aqui esquecem que, no passado, iríamos sabendo que sairíamos felizes, sem estresse, depois de qualquer jogo, pois se tirássemos uma vitória contra um clube do eixo, era felicidade. Muitos aqui esquecem que, nos anos 90, torcer para o Atlético era ser alternativo, porque torcer para o Atlético se o Paraná Clube era tudo, e o Atlético tinha um goleiro cabeludo que parecia integrante do Kiss, jogadores que somados os dentes não dava uma dentadura, e não tinha mais nada.

Aqueles times eram ousados, e não restava nada a mais para eles, cada um dos jogadores que aqui vinha, vinha sem pretensão, era por pura diversão ou situação daquele, então era um time para o qual só restava a raça e malabarismos de seus integrantes, mas que fazia a torcida ferver, mergulhado na maresia ‘D2 preste atenção’ e tubão, e berrar, gritar, e rir, e quando uma malabares dentro do campo fazia um gol espírita, ao ver a comemoração, o jogador, comum como o pedreiro da construção civil, comemorando com sua alegria verdadeira com se tivesse tido um filho, e na torcida, misturando classes, todos esqueciam quem usava havaina de prego ou tenis dharma. Todos felizes, pelo Atlético, com o Atlético.

Passaram 10 anos e estávamos em estado de graça, porque nos reinventamos e tivemos jogadores com grande inteligencia e habilidades, jogadores que sabíamos que iriam embora, mas imaginávamos que agradeceriam ao nosso clube e lavariam nossa mística para outros continentes.

Não sabíamos que a autofagia e a politica não queriam que nossa educação, nossa vontade e capacidade fosse reconhecida em outras terras. E resolveram apagar o Atlético da história de inúmeros jogadores que atualmente estão no Brasil fazendo a história dos clubes que jogam, na expectativa desses clubes. Que eles façam lá o que fizeram aqui? Nunca, lá não tem apostas, tem apenas consequencias.

Quem não se maravilhou ao ver o Carpegiani tirar suco de laranja de café, ao fazer o time de 2010 jogar sincronizado? Quem não adorou ao ver o time de 2004, desequilibrado, resolver jogar pra cima? Quem não sentiu o ‘momento Barcelona’ ao ver o primeiro jogo do brasileiro de 2002, onde o Atlético era uma maquininha que ganhou do Corinthians no automatico?

Época que nosso dirigente acreditava na continuação e não deu certo. Ele também já acreditou na mudança e, em 2005, deu certo.

Atualmente, ele fez oque pedíamos, mudou de trajetória, pois aquele caminho já acabou. Achou um técnico compromissado, que estuda e está fazendo uma equipe mágica, rápida, mas ainda com medo de acreditar que pode.

A vitória sobre o Criciúma não pode nos iludir, ano passado goleamos o Bahia e achávamos que o Bahia já era um clube para voltar à série B e nós não. Era ilusão.

Temos que acreditar na nossa comissão técnica, que está formando um time de jogadores que querer fazer sua história. Temos que acreditar num dirigente que veio terminar o estádio, contra tudo e todos. Temos que acreditar e não achar que a vida acabou se não ocorrer tudo perfeito, como na Copa do Brasil, que teremos um desafio enorme.

Temos que agradecer que o RAFAEL LEMOS é Atleticano.

Eu acredito num sistema tático inovador, uma forma de jogar para cima, que impacta e em três zagueiros, onde dois são rápidos para acabar o contra-ataque adversário. Eu acredito num time que terá 40% de posse de bola mas que correrá atrás dela no campo adversário. Seremos diferentes, como sempre fomos, e está na hora de por bandeira do Uruguai.

Vamos acreditar e sair do silencio quem acredita.



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