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20 abr 2012 - 12h04

Responsabilidade social do dirigente de futebol

Os maiores inimigos dos atleticanos não serão Rafinha com suas arrancadas e Emerson com seus cabeceios mortais. Para os coxas os inimigos não serão os piás atleticanos com suas diabruras em campo comandados por um técnico ousado e diferente que os manda atacar sempre.

Bom seria se esses fossem os inimigos a serem combatidos dentro do campo.

O mal dos jovens é que às vezes só de ouvir “no meu tempo…” já torcem o nariz vaticinando: lá vêm os velhos gagás falando sobre coisas que não vimos, dizendo que saíam dos Atletibas abraçados, gozando com a cara uns dos outros, e que a dor maior era ter de ouvir os “sarros” dos adversários durante a semana seguinte. Quem quer saber essas coisas?

Imagina, esses velhos gagás dizem que assistiam aos Atletibas lado a lado, próximos uns dos outros, bem ao alcance dos pulsos para dar “porradas” e não as davam? Esses velhos deviam ser um bando de “frouxos”, porque Atletiba é pra “galera dar porrada”, é pra TOF pegar a Império e moer os caras de pau, e/ou vice-versa.

Não é esse o pensamento dominante dos dois lados? E não pensem que tal pensamento norteia somente as organizadas. Tenho percebido que o ódio tem aumentado cada vez mais, por parte de ambos os lados e em todos os segmentos da sociedade organizada, ou quase organizada.

É apenas uma partida de futebol. Só isso, uma partida de futebol. Não queiram colocar suásticas nas camisas dos dois clubes. Elas não têm lugar para abrigar tais ideologias.

Analisem esse confronto idiota entre as diretorias dos três maiores clubes de futebol da nossa cidade.

Dirigentes amadores revestem-se de cavaleiros das cruzadas numa luta em que só há um perdedor: o pobre futebol. Eles não devem fugir da raia. Devem assumir seus papéis de estadistas e não de torcedores cheios de beicinhos como se fossem “piás de prédios” ou “piás pançudos”.

Se vocês não sabem – deveriam saber -, a sociedade passa por um momento crucial. Há um saturamento emocional em todos segmentos, menos é óbvio nos setores que lidam com o dinheiro do povo, nas obras superfaturadas, etc. Há falta de empregos, a violência aumenta cada vez mais, há uma insegurança social, há carência no atendimento à saúde, enfim, há um estresse muito grande.

Há uma bomba social prestes a ser explodida. Há uma expectativa de que acionem logo esse maldito botão para que a catástrofe seja efetivada de vez.

Nós já presenciamos uma pequena demonstração do que o homem é capaz de fazer motivado pelo futebol quando daquele episódio horrível da quebradeira no Estádio Couto Pereira.

Os dirigentes de futebol dos três maiores clubes do Paraná, e que não são maiores por absoluta autofagia reinante, deveriam sentar, conversar, discutir, planejar estratégias, para fazer o melhor para o nosso futebol.

Fico feliz ao ver o renascimento do Paraná Clube. Gostaria de vê-lo gigante como já foi um dia, antes de ser vitimado por dirigentes desonestos que o prejudicaram sobremaneira.

Em decorrência dessas “briguinhas de gangue” em que se transformou a disputa de onde o Atlético jogaria depois de entregar seu estádio para a realização da Copa de 2014 em nossa cidade, já causou baixas. Tivemos a morte por atropelamento do nosso querido menino Andre Lopes na saída do Ecoestádio, logo após a partida de futebol que ali se realizara.

Agora, surge uma informação de que o Atlético poderá jogar suas partidas da Série B em Joinvile.

Alguém já parou pra pensar sobre o número de mortos que teremos em acidentes de trânsito na BR 376 em dias de jogos do Atlético? E alguém pensou sobre a possibilidade de o Atlético ter resultados ruins, bebedeiras, brigas, como será a volta do jogo por aquela rodovia perigosíssima? Quem se importaria com isso? Afinal, são apenas torcedores malucos que amam seus clubes, torcedores que se agarram em suas paixões para fugir da insegurança social reinante em nossa falida sociedade.

Vocês dirigentes de futebol têm responsabilidade social sim, e muita responsabilidade.

Se vocês como líderes não têm capacidade para resolver essas pendengas, picuínhas, sem agirem como “piás pançudos”, quem as resolverá?

Assumam a incompetência que dominou seus atos nesse assunto tão delicado e perigoso para o bem estar comum. É o mínimo que as famílias das vítimas dos acidentes de trânsito esperam de vocês.

Quando falo sobre dirigentes, dirijo-me aos dirigentes dos três clubes da capital, nenhum em especial. Ainda há tempo para resolver essas pendengas.

E quanto a nós, vamos deixar de usar suásticas por cima das camisas dos clubes das nossas paixões. Sou atleticano, torço pelo Atlético Paranaense, e não sou inimigo dos coxas, apelido carinho dado aos torcedores do Coritiba, e não desejo “dar porrada” neles, não quero que eles morram.

Afinal é apenas uma partida de futebol, um bom motivo para que tiremos sarro uns dos outros na segunda-feira. É só uma partida de futebol.

Eu espero, sinceramente, que o Vilson Ribeiro de Andrade, dirigente coxa que tem enfrentado uma batalha pessoal em sua vida, mais o Petraglia, que também tem enfrentado dificuldades numa batalha contra tudo e contra todos só porque sonhou um dia poder trazer a Copa do Mundo para Curitiba, e o presidente do Paraná Clube, Sr. Rubens Ricardo Bohlen, que vem fazendo um bom trabalho recuperando aquela agremiação, sentem-se juntos, por favor, discutam longe das câmeras de televisão e microfones das rádios, despojem-se dos seus malditos egos, e pensem pelo menos uma vez em suas vidas no bem estar e felicidade daqueles que têm o futebol como objetos das suas paixões.

É só o que o povo tem, não lhes resta mais nada, e não é justo o que fazem com ele nesse momento tão crucial.

Sei que é um desabafo de um pobre senhor de 64 anos de idade que ama o futebol, que vive intensamente essa paixão.

Sei que isso parecerá um grito solitário solto no mundo. Ando triste por ver o rumo errado que as coisas têm caminhado. Sei que esse desabafo cairá no vazio, mas se não o fizesse, pela minha omissão, eu me sentiria cúmplice, de todo esse descaso que está acontecendo.

Dirigentes: o futebol, o Atlético Paranaense, o Coritiba FC e o Paraná Clube são bem maiores que todos vocês juntos.



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